Pressionadas, mulheres de PMs do ES choram e rezam na frente de batalhão
Uma semana após o início do movimento, mulheres de policiais militares resistem à pressão e mantêm o bloqueio a batalhões da PM no Espírito Santo. No final da tarde desta sexta (10), algumas se agarravam ao portão do Batalhão de Missões Especiais para impedir a saída de um carro da corporação.
Emocionadas, elas choraram, cantaram o hino nacional e o hino do soldado capixaba, acompanhadas por policiais à paisana que também se posicionavam em frente ao portão para impedir a saída de PMs para patrulhamento. A medida é usada para forçar a paralisação, já que policiais militares são proibidos de fazer greve pela Constituição.
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Segundo policiais que não quiseram se identificar, as mulheres são constantemente abordadas por colegas contrários ao movimento ameaçando tirá-las à força ou denunciar a presença de crianças ao conselho tutelar.
"Está todo mundo nervoso. Em 2017, vivemos uma ditadura militar", afirmou uma das mulheres. "Mas o movimento continua."
Outro policial afirmou que a punição anunciada pelo governo é pressão. "Não é verdade. Quem vai apurar recurso desses 700 processos? Quando vai ter concurso para repor isso?", questionou.
Nesta sexta, a Secretaria de Segurança Pública informou que 703 PMs foram indiciados pelo crime militar de revolta, que prevê de 8 a 20 anos de prisão. Esses policiais deixarão de receber salário e escalas extras desde o sábado passado (4) até o momento em que voltarem a trabalhar. O Estado tem cerca de 10 mil PMs.
As mulheres de policiais também poderão ser responsabilizadas pela paralisação. Segundo o secretário, por solicitação do Ministério Público Federal, elas estão sendo identificadas e poderão ser indiciadas em um processo civil. Ele não informou quantas delas.
Com o motim dos policiais, o Estado do Espírito Santo passa por uma onda de violência, com registro de saques e depredações, além de 127 homicídios, segundo o Sindicato dos Policiais Civis –o governo não confirma o número.
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