Justiça do Rio condena suspeitos de estupro coletivo a 15 anos de prisão
Gabriel de Paiva - 26.mai.2016/Agência O Globo | ||
Adolescente, vítima de estupro coletivo, deixa hospital ao lado da mãe, no Rio |
A Justiça do Rio condenou a 15 anos de cadeia dois acusados do estupro coletivo de uma adolescente de 16 anos. A decisão é de primeira instância e cabe recurso.
Raí de Souza e Raphael Assis Duarte Belo já estavam em prisão preventiva desde que o caso aconteceu, em maio de 2016. Procurada, a defesa dos dois não foi localizada pela reportagem.
A investigação teve início após um vídeo da jovem, nua e desacordada, ser postado em redes sociais.
Na gravação, um grupo de homens, em meio a risadas, toca nas partes íntimas da garota e diz: "Mais de 30 engravidou [sic]". Em 2009, a lei nº 12.015 foi alterada e passou a considerar, além da conjunção carnal, atos libidinosos como crime de estupro.
O caso aconteceu no dia 21 de maio de 2016, na favela Barão, no bairro da Praça Seca, zona oeste do Rio.
Souza gravou e transmitiu o vídeo. Já Belo tirou uma foto ao lado da menor enquanto ela estava desacordada e também compartilhou as imagens.
Um terceiro acusado, identificado como Moisés Camilo Lucena, o "Canário", está foragido.
A Justiça do Rio já havia arquivado a investigação contra o jogador de futebol Lucas Perdomo. O atleta chegou a ser preso e passou uma noite no complexo penitenciário de Gericinó, na zona oeste do Rio, mas a polícia não encontrou elementos que comprovassem a presença de Perdomo na casa no momento em que a adolescente foi estuprada.
Também já havia rejeitado denúncia contra Sérgio Luiz da Silva Júnior, conhecido como "Da Russa", chefe do tráfico de drogas no local.
Na ocasião, a Justiça considerou que não havia "indícios da sua participação (de Da Russa) nos crimes, sendo revogada a sua prisão temporária".
A adolescente contou à polícia, em depoimento, que quando deixou a casa onde foi violentada encontrou com Da Russa na porta. Para a delegada Cristiana Bento, que investiga o estupro, não havia como o traficante não saber o que acontecia naquele imóvel chamado pelos jovens de "abatedouro".
A adolescente e sua família estão no programa de proteção a testemunhas do governo do Estado.
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