Comunidade terapêutica estimula lado espiritual, diz coordenador anticrack
Rivaldo Gomes/Folhapress | ||
Frequentadores da nova cracolândia, na praça Princesa Isabel, em antigo espaço infantil |
As comunidades terapêuticas são "um modelo social de recuperação", e não um equipamento de saúde, segundo o psiquiatria Ronaldo Laranjeira, coordenador do Recomeço, programa anticrack da gestão Geraldo Alckmin (PSDB) que encaminha usuários de drogas para esses espaços no Estado de SP.
Segundo ele, a desintoxicação é feita no Cratod (Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas), e os usuários de droga só são encaminhados a essas comunidades se não tiverem mais sintomas de abstinência.
Nesta terça (13), em audiência pública organizada pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), com a presença dos secretários municipais Wilson Pollara (Saúde) e Anderson Pomini (Justiça), Laranjeira afirmou também que as comunidades terapêuticas estimulam as pessoas a "ter algum cultivo da espiritualidade".
"Tem um componente, não religioso, mas espiritual. Não tem uma religião específica, não é um local de conversão religiosa, mas estimula as pessoas a ter algum cultivo da espiritualidade", afirmou. Questionado, Pollara concordou com a importância de haver um "cultivo da espiritualidade" nesses espaços, contanto que não seja "religiosidade".
Laranjeira disse que nos espaços "as pessoas são estimuladas, e não obrigadas, a trabalhar" e a fazer contato com suas famílias "para já buscar algum tipo de empregabilidade o mais rápido possível".
Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde afirmou que a desintoxicação é feita "exclusivamente em leitos hospitalares" e que o acolhimento nas comunidades "só são feitos mediante a concordância dos dependentes, quando eles precisam ficar afastados do uso de drogas mas não necessitam de internação".
"Entre 2013 e 2016, 4.300 pessoas foram encaminhadas pelo Cratod para comunidades terapêuticas. Há cerca de 2.000 vagas (...) A fiscalização das comunidades, conforme norma da Anvisa, fica a cargo dos serviços de vigilância sanitária", diz a nota.
Durante o debate, o secretário Pomini admitiu que "se dependesse da prefeitura, a data [da operação policial na cracolândia da gestão Alckmin, em 21/5] seria certamente um pouco mais à frente, tendo em vista a necessidade de maior organização".
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