Menina morre durante tiroteio em favela com UPP na zona norte do Rio
Uma menina de 11 anos foi baleada na cabeça e morreu, nesta terça (4), durante um tiroteio entre traficantes e policiais no complexo de favelas do bairro Lins de Vasconcelos, zona norte do Rio. A menina foi a quarta pessoa a morrer em menos de uma semana nas favelas do Rio.
O subcomandante da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) da região também foi atingido. O oficial foi encaminhado para o Hospital Naval Marcílio Dias, no Lins, e passa bem. Já a criança foi levada pelos agentes para o Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, mas já chegou morta.
Segundo as primeiras informações do comando da UPP, policiais em patrulhamento foram atacados a tiros por criminosos em uma área conhecida como Boca do Mato, e houve confronto. O Batalhão de Choque e outras UPPs da região reforçam o policiamento na comunidade.
Na última sexta-feira (30), mãe e filha morreram após serem baleadas durante um tiroteio na Mangueira, também na zona norte. Dois dias antes, o porteiro Fábio Franco de Alcântara, 38, morreu ao ser atingido por disparos na favela do Pavão-Pavãozinho, em Copacabana, zona sul do Rio.
Com o Estado em crise, o Rio vive descontrole na segurança. O número de mortes violentas subiu 16% de janeiro a maio deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado –de 2.528 para 2.942. Na região metropolitana como um todo, os conflitos entre facções, entre facções e milicianos e entre criminosos e policiais têm sido muito frequentes.
A política de UPPs ruiu –estudo da PM diz que houve 13 confrontos em lugares com UPP em 2011 contra 1.555 em 2016. Especialistas em segurança pública dizem que não é de hoje a tendência de agravamento da situação e apontam um conjunto de explicações. Entre elas, estão o abandono de políticas que davam certo, como o sistema de metas para as polícias, e a falta de correção de rumo em programas como o das UPPs.
A crise financeira do Estado agravou a situação. Não há recursos para contratar PMs aprovados em concurso. Policiais não receberam o 13º salário de 2016 nem o adicional por atingir metas e pelo trabalho na Olimpíada. A corporação também denuncia o mau estado de equipamentos.
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