Presidente da OAB de Osasco é presa sob suspeita de receber propina
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Libânia Aparecida da Silva, presidente da OAB de Osasco, presa por suspeita de receber propina |
A presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Osasco (Grande SP), a advogada Libânia Aparecida da Silva, 53, e o marido dela, o autônomo Carlos Gomes, 55, foram presos em flagrante, na noite de terça (24), em um restaurante em São Roque (a 66 km de SP), sob acusação de receber propina do presidente da Câmara de Osasco.
Segundo a Polícia Civil, ela e o marido pediam dinheiro ao vereador Elissandro Márcio Silva Lindoso (PSDB), para não fazerem denúncias contra o político no Ministério Público.
O flagrante foi armado pela Polícia Civil, procurada há um mês por Lindoso, que afirmou ser alvo de extorsão praticada pelo casal.
De acordo com a investigação, o flagrante foi feito assim que o casal e o vereador saíram do restaurante, depois de o político entregar à advogada a última parcela de uma propina de R$ 12 mil.
Os policiais abordaram Libânia e disseram ter encontrado, em sua bolsa, R$ 2.000, em notas cujos números de série haviam sido marcados pela polícia.
De acordo com o vereador, Libânia o pressionou por problemas de documentação do prédio da Câmara de Osasco.
"O prédio da Câmara está sem a documentação necessária, incluindo o Habite-se. Aluguei um prédio ao lado para o Legislativo e fui representado pela Libânia por desperdício de dinheiro público", diz o vereador.
AUDIÊNCIA
A advogada e o marido foram presos em flagrante sob acusação de extorsão. Na tarde desta quarta (25), o casal passou por audiência de custódia. Libânia teve a prisão preventiva decretada –ela foi levada à cadeia pública feminina de Votorantim (a 105 km de SP). A reportagem não conseguiu acesso à decisão sobre Gomes.
A Câmara de Osasco, em nota, afirmou que o casal preso em flagrante exigia dinheiro e cargos "utilizando-se de seu poder representativo". "As ameaças vinham sendo feitas havia cerca de um mês", diz a nota.
OUTRO LADO
A reportagem não conseguiu entrar em contato com os advogados dos acusados.
Segundo a polícia, na delegacia de São Roque, Libânia disse, inicialmente, que o dinheiro que estava na sua bolsa era de honorários advocatícios.
Ainda de acordo com a polícia, ela afirmou, posteriormente, que o vereador Lindoso havia colocado o dinheiro na bolsa quando ela se levantou da mesa para ir ao banheiro -ele nega. Segundo a polícia, o marido dela não soube explicar a origem do dinheiro.
A OAB, em nota, afirmou que está acompanhando o caso e que a presidente da seção de Osasco da ordem afirma ser inocente. "Enquanto presidente da subseção de Osasco, promoveu denúncias junto ao Ministério Público em relação a contratações da Câmara e está alegando inocência quanto à imputação que recai contra ela."
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