Febre amarela viajou por 'corredor verde' de MG a SP, diz especialista
A febre amarela silvestre chegou a São Paulo, originária de outros Estados, por um corredor verde formado pela mata atlântica, por meio dos mosquitos transmissores e dos macacos infectados por eles.
Cinco animais mortos foram encontrados em área de mata preservada, entre o Horto Florestal e a Cantareira (zona norte), na semana passada. Um deles tinha o vírus.
O surto teve início no fim de 2014 no rio Doce, em Minas Gerais, segundo Eduardo de Masi, coordenador do Programa Municipal de Vigilância e Controle de Arboviroses.
"O vírus seguiu a rota de corredores ecológicos, passando ainda por Espírito Santo, Rio de Janeiro, interior de São Paulo e cidades de Campinas e Jundiaí, até chegar à capital pela serra da Cantareira, que possui mata atlântica preservada."
Ele explica que o mosquito costuma voar apenas por 500 metros, mas, se não conseguir alimentação, pode alcançar até 2 km. "É mais raro, mas acontece. Com isso, a febre amarela selvagem acaba se alastrando, porque o inseto acaba picando macacos e até outros animais, como fonte de alimento."
Segundo Masi, os macacos das espécies bugio e sagui, que são suscetíveis à doença, escolhem áreas de preservação com esse tipo de vegetação para viver. O ciclo do vírus, explica, dura sete anos. O último foi em 2009.
De acordo com ele, dos animais infectados, a taxa de mortalidade chega a 50%. Ele diz que os bugios e saguis costumam viver em comunidades específicas, que podem chegar a 20 hectares.
SURPRESA
A possibilidade de macacos contaminados próximos à capital existia, mas foi uma surpresa para Helena Brígido, consultora de arbovirose da Sociedade Brasileira de Infectologia.
"Sempre é surpreendente, porque há campanhas de vacinação. Mas a febre amarela é uma incógnita. Ela pode se espalhar de forma rápida e por essa razão é importante a vacinação."
A prefeitura faz campanha de vacinação voltada a moradores da zona norte após confirmar, neste mês, mortes de macacos pela febre amarela na região –postos de saúde estão funcionando em horário ampliado e abrindo aos fins de semana e feriados. Doze parques foram fechados por prevenção.
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