Doria inaugura avenida recapeada com dinheiro arrecadado com multas
Prefeitura de São Paulo/Divulgação | ||
Doria apresentou nesta quinta o recapeamento da av. Marechal Tito pelo programa Asfalto Novo |
O prefeito João Doria (PSDB) apresentou nesta quinta-feira (16) o recapeamento de asfalto de trecho da avenida Marechal Tito, em São Miguel Paulista, na zona leste de São Paulo. A novidade é que a obra é a primeira a ser custeada por meio de recursos arrecadados com multas de trânsito na cidade.
Em abril, a gestão Doria anunciou que passaria a utilizar verba do Fundo Municipal de Desenvolvimento de Trânsito (FMDT), alimentado pelo dinheiro das autuações, para recapear vias do município. Antes disso, a verba do fundo criado em 2007 era utilizada exclusivamente para investimentos em educação e segurança no trânsito.
Agora, a Prefeitura diz que investirá R$ 350 milhões. Desse valor, R$ 210 milhões são do fundo de multas –o restante vem de recursos da prefeitura e da SPTrans. Para se ter uma ideia, até o mês de setembro deste ano, o fundo arrecadou R$ 1,4 bilhão.
Em novembro de 2016, uma resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) passou a prever, entre as possibilidade de destinação dos recursos arrecadados com multas, "pavimentação, recapeamento, tapa-buracos e recomposição de pista e acostamentos". Com esses recursos, segundo a prefeitura, será possível recapear mais 400 mil metros quadrados de vias.
Nove prefeituras regionais serão contempladas pelos recapeamentos: Guaianases, Itaim Paulista, Jaçanã/Tremembé, Pinheiros, Pirituba/Jaraguá, Santana, Santo Amaro, Sé e Vila Maria/Vila Guilherme. Ao todo, 23 vias deverão ser recapeadas.
O secretário de Prefeituras Regionais, Cláudio Carvalho, afirmou que as obras do programa têm "oito anos de garantia de qualidade técnica atestada pelos laboratórios". Segundo Doria, o resultado será acompanhado. "É um asfalto com controle de qualidade que infelizmente antes não havia. Mesmo nos programas de tapa-buracos, era um asfalto de péssima qualidade. O nível de exigência junto aos fornecedores subiu, há um controle técnico", disse.
Robson Ventura / Folhapress | ||
Buraco atrapalha motorista na av. Celso Garcia, na zona leste; cidade tem três falhas a cada dois km |
HISTÓRICO
Os buracos em ruas de São Paulo são motivo de pressão sobre Doria desde os primeiros meses do mandato.
Em julho, reportagem do "Agora" mostrou que pedidos de tapa-buraco subiram 39% no primeiro semestre. Recentemente, outra reportagem do "Agora" encontrou três falhas no asfalto a cada dois quilômetros de avenidas em São Paulo.
A prefeitura reduziu os serviço de tapa-buracos em dez prefeituras regionais, tendo chegado a suspender as atividades na Vila Prudente (zona leste) por "indisponibilidade orçamentária".
Diante das reclamações e dos atrasos do município para atendê-las, a prefeitura anunciou em setembro uma ação relâmpago com a intenção de zerar a fila acumulada de pedidos de tapa-buraco no prazo de um mês.
'NÃO RECLAMEM, TRABALHEM'
Após a fiscalização da via recapeada, Doria fez um "alerta" aos integrantes do seu governo e citou a exoneração do prefeito regional da região da Casa Verde/Cachoeirinha, Paulo Cahim. "Não reclamem, trabalhem. Os que preferirem reclamar vão pra casa. Porque nós queremos gente que trabalhe, que arregace as mangas e venha trabalhar", disse. O prefeito afirmou que as críticas devem ser feitas internamente, aos secretários, e não publicamente.
Segundo Claudio Carvalho, já nos próximos dias a prefeitura deve escolher um novo nome que more na região e tenha curso superior para substituir Cahim.
IGREJAS E STREAMING
Doria também comentou o veto à uma emenda a projeto de lei que previa isenção de taxas administrativas diversas para igrejas do município. "Não faz sentido [o veto]. As igrejas podem e devem pagar impostos também, não há razão para que elas sejam isentas de impostos", afirmou.
A proposta da isenção partiu de um vereador, de acordo com Doria. "Não vi nenhuma pressão por parte das igrejas, isso é uma iniciativa de um vereador. As igrejas têm se comportado de forma muito correta com a Prefeitura de São Paulo", disse.
Sobre a cobrança de impostos sobre serviços de streaming, como Spotify e Netflix, o prefeito afirmou que não vê motivos para que "serviços internacionais que ganham dinheiro aqui no Brasil possam estar isentos de pagamento dos seus impostos, desde que sejam justos e remunerem o local onde eles estão atuando."
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