Com 49 'sacos' de 300 t, Santos inicia megaobra contra erosão e ressacas

Crédito: Divulgação/ Prefeitura de Santos Trecho de aproximadamente 250 metros na Ponta da Praia ficará interditado ao público por cerca de 40 dias devido à obra
Trecho na Ponta da Praia ficará interditado ao público por cerca de 40 dias devido à obra

GILMAR ALVES JR.
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM SANTOS

Uma obra tida como pioneira no país contra erosão e ressacas no mar foi iniciada nesta quarta-feira (3) na Ponta da Praia, em Santos, no litoral sul de São Paulo. Em cerca de 40 dias, a prefeitura vai montar duas estruturas submersas, em formato de L, com geotubos (imensos sacos de tecido geotêxtil) a serem preenchidos com um total de 7.000 metros cúbicos de areia.

Serão ao todo 49 geotubos, cada um pesando em torno de 300 toneladas –só para comparação, um elefante asiático pesa em média entre 3,5 toneladas e 4 toneladas. A intervenção está avaliada em R$ 2,9 milhões.

Na manhã desta quarta-feira (3), a prefeitura isolou com tapumes o trecho da intervenção, que tem cerca de 250 metros, entre o Canal 6 e o Aquário Municipal.

Crédito: Divulgação/ Prefeitura de Santos Trecho na Ponta da Praia ficará interditado ao público por cerca de 40 dias devido à obra
Trecho na Ponta da Praia ficará interditado ao público por cerca de 40 dias devido à obra

No local estão acumulados mais de 4.000 metros cúbicos de areia. Ainda na tarde de quarta, foi retirado um trecho de 20 metros de mureta em um dos cartões-postais da cidade para o o assentamento do primeiro geotubo a partir da próxima semana.

Segundo o engenheiro da prefeitura Ernesto Tabuchi, nos próximos dias será iniciada a colocação de um tapete antierosão.

A primeira estrutura submersa a ser montada seguirá mar adentro por 275 metros e a segunda partirá paralela à mureta em direção ao Canal 6, com 240 metros de extensão.

Segundo o engenheiro, a obra "foi pensada, calculada, para servir de um primeiro piloto para saber qual o comportamento in loco dessa estrutura com todas as variáveis de interação: corrente, onda, vento, interação da parte biológica e circulação de água".

"Pelos cálculos que a gente fez, através do modelo computacional, a gente vai conseguir diminuir o processo de erosão e diminuir o poder de destruição das ondas em relação à infraestrutura urbana", diz Tabuchi.

O projeto piloto é embasado em nota técnica desenvolvida pelos professores Tiago Zenker Gireli e Patrícia Dalsoglio Garcia, da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).

A partir dos dados coletados com a implantação da barreira, a prefeitura pretende planejar uma estrutura maior e definitiva.

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