Descrição de chapéu Obituário Ayrton Gomes (1936 - 2017)

Mortes: Embaixador do samba, do choro e da bossa em Santos

Crédito: Divulgação Ayrton do Violão, referência do instrumento em Santos (SP)
Ayrton do Violão, referência do instrumento em Santos (SP)

FABRÍCIO LOBEL
DE SÃO PAULO

Ayrton gostava de estar sempre acompanhado de seu violão nas conversas com os amigos. Enquanto o papo rendia, ele ia dedilhando um choro canção. Se alguém contava uma piada, ele estava treinando uma escala de bossa-nova.

A paixão de Ayrton pelo instrumento rendeu ao músico o apelido de Ayrton do Violão, como era conhecido na cidade de Santos (SP).

Aos 10 anos, Ayrton aprendeu com o pai, João Silvério, os primeiros acordes, ainda no cavaquinho. Assim, o garoto se juntou à farra do pai com os amigos.

A mãe, Edith, percebeu que o samba em família renderia frutos. Então, passou a organizar festas com música ao vivo onde vendia comida.

Já adulto e com o violão debaixo do braço, Ayrton fundou com os pais um clube para reunir amantes do samba e choro, o Grêmio Carnavalesco Cultural e Recreativo Chorões Santistas.

A ideia era manter a tradição de blocos de Carnaval que saiam com uma orquestra de violões, cavaquinhos, banjos e bandolins pelas ruas.

A carga horária diária de trabalho do músico começava às 22h e só parava às 4h. Nos palcos, acompanhou artistas como Clementina de Jesus (que chamava o músico pelo apelido de mulato calado) e Cauby Peixoto (que certa vez pediu ao público de uma apresentação que aplaudisse Ayrton que estava tocando perfeitamente, mesmo sendo chamado às pressas para participar do show).

Dias antes de morrer, se apresentou com a filha, a cantora Didi Gomes, na orla de Santos, ao pôr do sol. Cardíaco, morreu um dia antes de completar 81 anos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br


Veja os anúncios de mortes
Veja os anúncios de missas

Tópicos relacionados

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.