JEFERSON BERTOLINI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM FLORIANÓPOLIS

A Lagoa do Peri, em Florianópolis, tem água calma e limpa, estacionamento gratuito, mesas para piquenique e árvores com sombra. Mas a cada ano recebe mais veranistas por outro perfil: o de "gente como a gente".

Distante 50 km de praias badaladas como Jurerê Internacional, a lagoa de água doce é o exemplo de que o verão na ilha não se limita aos balneários de alto padrão –e as "ostentações praianas".

"Aqui na lagoa a gente fica bem à vontade. Se a pessoa tem dinheiro e quer gastar, pode comprar tudo aqui. Mas, se preferir, pode trazer tudo de casa e aproveitar o dia sem gastar", diz a vendedora Isolete Teixeira, 43, que frequenta o local com o marido e os três filhos do casal.

Na área de areia e grama que contorna a lagoa, o visitante acha cerca de 20 mesas para uso público. Nelas, famílias e grupos de amigos se reúnem para comer ou beber o que trouxeram de casa. "Nesta crise, acho que ninguém está com dinheiro sobrando. E ninguém tem que ficar em casa. Aqui todo mundo fica bem à vontade", diz Edwirges Sardá, 56.

Os dois primeiros ambulantes chegaram no verão 2016/2017 para vender cachorro-quente e caldo de cana. Neste ano, devido ao movimento crescente, cinco foram autorizados a trabalhar no local, segundo Elisa Schmidt, funcionária pública que recebe os veranistas. "O movimento aqui cresce a cada ano. O pessoal gosta porque tem água muito agradável".

Nos últimos dois anos, os visitantes foram impedidos de fazer churrasco no entorno da lagoa. As 80 churrasqueiras para uso público ajudavam o turista a economizar. Mas o uso foi proibido por causa da sujeira. "Tinha gente que deixava de recolher o lixo. E nós gostamos de tudo limpo aqui", diz Elisa.

O único comércio no local é o bar no Nelo. Ali, uma anchova grelhada, com acompanhamentos, para três pessoas, custa R$ 78. Uma porção de batata frita custa R$ 20. Um x-salada, R$ 16.

O dono do estabelecimento, Manoel Balduino de Souza, diz que o movimento na lagoa cresceu há oito anos, quando a prefeitura criou infraestrutura com banheiros, mesas e churrasqueiras.

Segundo Souza, a procura dobrou em dois anos, possivelmente "por causa da crise". "O pessoal vem muito aqui porque fica à vontade. Se quer e pode comprar alguma coisa aqui no bar, compra. Se não quer ou se não pode, traz um salgado de casa e passa o dia sossegado."

ÁGUA

A Lagoa do Peri tem 5 km quadrados de área para banho. Fica dentro de um parque municipal, localizado no sul da ilha, a 22 km do centro de Florianópolis. O local abre das 7h às 19h. Além da água limpa e das mesas para piquenique, outro atrativo são as trilhas. Há três. A maior delas pode ser feita em duas horas e meia de caminhada moderada.

Para garantir a qualidade da água e segurança dos banhistas, é proibido o uso de embarcações a motor. Só é permitido pedalinho e pranchas de stand-up paddle, que podem ser alugadas no local.

O superintendente da Secretaria de Turismo de Florianópolis, Vinicius De Luca, diz que a Lagoa do Peri "recebe eminentemente famílias" e atrai visitantes pela qualidade de água. Segundo De Luca, a lagoa já recebeu três vezes a Bandeira Azul, uma espécie de certificado internacional de qualidade da água.

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