DE SÃO PAULO

Novo protesto do MPL (Movimento Passe Livre) terminou em vandalismo, na noite desta quarta-feira (17), na região do largo da Batata, na região de Pinheiros, zona oeste de São Paulo. Ao menos duas agências bancárias tiveram os vidros quebrados e ruas foram fechadas por entulhos.

A Polícia Militar chegou a usar bombas de efeito moral contra a multidão e três menores foram apreendidos. Segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública), os jovens estavam com pedaços de madeira e pedras nas mochilas. O caso foi registrado no 14º DP (Pinheiros).

A manifestação contra o aumento das tarifas pretendia seguir em caminhada até a casa do prefeito da cidade, João Doria (PSDB), mas foi impedida por bloqueios da PM. O grupo então se concentrou no cruzamento das avenidas Brigadeiro Faria Lima e Cidade Jardim, no Jardim Europa (zona oeste).

O protesto, que começou por volta das 19h, seguiu em caminhada pacífica até o largo da Batata. A PM tentou negociar a liberação de pelo menos um das faixas para liberar o fluxo de veículos, mas o MPL não atendeu ao pedido. Estimativa da GCM (Guarda Civil Metropolitana), apontam que cerca de 420 pessoas participaram do ato.

A confusão começou quando o ato já se encerrava. Alguns manifestantes quebraram vidros de estabelecimentos e pontos de ônibus, danificaram carros, amassaram lixeiras e atiraram lixo nas ruas. Segundo a polícia, houve depredações também na estação Pinheiros do metrô e no terminal de ônibus de Pinheiros, além de pichações na estação Faria Lima. A polícia respondeu com bombas de efeito moral.

Crédito: Rogério Pagnan/Folhapress Vidros da Caixa Econômica são depredados após protesto contra aumento da tarifa em São Paulo
Vidros da Caixa Econômica são depredados após protesto contra aumento da tarifa em São Paulo

Na última quinta-feira (11), uma outra manifestação convocada pelo MPL terminou em confusão e enfrentamento com a polícia. Na ocasião, um grupo tentou entrar na estação Brás do trem e metrô e, segundo os organizadores, foi impedido pela PM. Alguns conseguiram furar o bloqueio e chegaram a pular as catracas. Coquetel molotov foi jogado em direção aos PMs, que passaram a responder com bombas de efeito moral e tiros de balas de borracha.

As tarifas subiram de R$ 3,80 para R$ 4 no último domingo (7). O reajuste, de 5,26% –abaixo da inflação–, foi anunciado de forma conjunta pelas gestões do prefeito João Doria e do governador Geraldo Alckmin, ambos do PSDB, ainda em dezembro de 2017.

CONGELADA EM 2017

Em 2017, o valor unitário do ônibus, metrô e trem ficou congelado em R$ 3,80, após promessa de campanha feita por Doria. Em compensação, o valor da tarifa integrada entre ônibus e trilhos (metrô ou trem) teve reajuste de 14,8%, chegando a R$ 6,80. A medida, que chegou a ser suspensa por três meses pela Justiça, motivou uma série de protestos na capital, que não surtiram efeito.

O MPL foi criado em 2005 com a bandeira da "tarifa zero", defendendo gratuidade total do transporte coletivo. O movimento, porém, só ganhou expressão em 2013, quando organizou os atos contra o aumento de R$ 0,20 no valor da tarifa em São Paulo (de R$ 3 para R$ 3,20, na ocasião), que acabaram se espalhando por todo o país depois do aumento da repressão policial aos protestos.

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