'Acabaram com minha vida', diz mãe de bebê morto em Copacabana

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DO RIO

Mãe da menina de oito meses morta no atropelamento na noite de quinta (18) na praia de Copacabana, Niedja da Silva Araújo disse nesta sexta (19) que não se lembra do acidente.

"Foi tudo rápido. Só lembro quando eu estava já no chão. Eu não vi mais nada", afirmou Niedja, ao chegar no IML (Instituto Médico legal) para tentar liberar o corpo da filha.

Ela recebera alta do hospital público minutos antes. Com o corpo enfaixado, gemia de dores e teve que contar com a ajuda de familiares para deixar o carro.

"A minha Maria [Louise], que eu amo tanto, que ele tirou de mim. Acabaram com a minha vida", disse a mãe, que estava passeando no calçadão na noite de quinta. O atropelamento deixou 17 feridos.

Em uma rápida entrevista no pátio do IML (Instituto Médico Legal), Darlan Rocha, pai de Maria Louise, lamentou o fato do motorista Antonio de Almeida Anaquim, 41, estar dirigindo com a carteira de habilitação suspensa pelo Detran.

"Perder um filho de oito meses é muito difícil. Não sei como o monstro que fez isso consegue ficar dirigindo por aí com a carteira vencida", disse Rocha, que é motorista do aplicativo Uber.

Anaquim está com a carteira de habilitação suspensa desde maio de 2014, de acordo com o Detran. No site do órgão, a carteira do motorista está bloqueada. Ele acumulou 62 pontos e foi multado 14 vezes nos últimos cinco anos.

"Não tem explicação. Como um motorista entra no calçadão da praia e sai atropelando todo mundo", questionou o pai da menina Louise.

ENTENDA O ACIDENTE

O carro de Anaquim invadiu o calçadão da avenida Atlântica, na altura da rua Figueiredo Magalhães, em Copacabana, no Rio de Janeiro, por volta das 20h30, quando o local estava lotado.

O motorista afirmou à Polícia Civil ser epilético e ter sofrido um desmaio. Segundo testemunhas, o veículo desgovernado atravessou tanto a ciclovia como a calçada e só parou quando já estava com as quatro rodas sobre a areia.

Segundo a PM, o motorista não apresentava sinais de embriaguez. Ele foi encaminhado na noite de quinta para o IML (Instituto Médico Legal), para verificação do consumo de drogas ou bebidas. Remédios receitados para epilepsia foram encontrados dentro do veículo.

Ele foi detido para prestar depoimento e foi liberado na tarde desta sexta. Ele foi indiciado por homicídio culposo (sem intenção).

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