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Mortes no trânsito caem 7,06% em São Paulo; pedestres são maiores vítimas

Crédito: Helio Torchi - 30.set.17/Sigmapress/Folhapress Carros parados na marginal Tietê após acidente com 3 mortes perto da ponte dos Remédios, sentido Ayrton
Carros na marginal Tietê após acidente com 3 mortes perto da ponte dos Remédios, sentido Ayrton

DO "AGORA"
Do UOL

O número de mortes no trânsito da capital paulista caiu 7,06% no ano passado, em relação a 2016, indo de 950 para 883. No balanço de todo o Estado, os números foram de 5.727 para 5.645, o que corresponde a uma redução de 1,4%. O levantamento é do Infosiga, banco de dados do governo estadual.

Aumento mais expressivo foi registrado no número de ciclistas mortos na capital paulista: foram 25 óbitos em 2016 e 37 no ano passado, um salto de 48%. Os pedestres, no entanto, são os que lideram o ranking de mortes no trânsito, chegando a 395 vítimas em 2017. O número corresponde a um pequeno aumento em relação ao ano anterior (389).

Já no caso de motociclistas, o número de mortes teve queda de 311 para 306.

Das mortes registradas na capital, 35 ocorreram nas marginais Tietê e Pinheiros –que, há um ano, tiveram a velocidade máxima permitida aumentada pela gestão João Doria (PSDB). Dessas ocorrências, 23 vitimaram motociclistas, nove envolveram pedestres e três envolveram ocupantes de carros.

"Enquanto houver uma morte no trânsito, não há o que comemorar. Estamos atentos às medidas que dão certo, e os índices negativos nos servem de alerta", diz o presidente da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), João Octaviano Machado Neto.

Ele reconhece que o número de mortes de ciclistas é um índice impactante, mas diz que o número de ciclistas também cresceu. "De modo geral, um dos desafios é educar, é conscientizar as pessoas sobre a cidadania. Todos merecem respeito no sistema viário."

Já em relação aos motociclistas, especialistas afirmam que o grande número de mortos reflete uma defasagem na fiscalização.

Luiz Vicente, professor de mobilidade urbana da Universidade Presbiteriana Mackenzie, afirma que os radares não são efetivos no registro da velocidade das motos e, por isso, cabe um maior número de agentes para fiscalizar no local. "Além de registrar a velocidade, precisam fiscalizar as vestimentas dos motociclistas, se estão com casacos com refletores, por exemplo", afirma.

Antonio Di Sessa Júnior, engenheiro de tráfego, defende a aplicação de novas restrições para a circulação de motos nas marginais. Já está proibida a passagem desses veículos das 22h às 5h na pista central da Tietê desde maio do ano passado.

"Como a marginal tem quatro faixas, seria possível definir que uma delas seria só para motos. E elas deixariam de andar por qualquer uma das faixas entre os carros", diz.

Erramos: o texto foi alterado
Versão anterior desta reportagem informava equivocadamente que o número de mortes no trânsito no Estado de São Paulo aumentou 2,49% de 2016 para 2017, mas o correto é que caiu 1,4%. O texto foi corrigido.
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