MARIANA ZYLBERKAN
DE SÃO PAULO

Após quatro anos de atraso, os usuários da linha 4-amarela do Metrô de São Paulo vão poder embarcar e desembarcar na estação Higienópolis-Mackenzie, no centro, a partir de terça (23).

Ao menos até dia 3, a operação será realizada só das 10h às 15h –depois, em período integral, como as demais.

Com estrutura bem semelhante às demais estações do consórcio ViaQuatro, a nova parada vai compartilhar também uma particularidade com outra integrante da linha, a Fradique Coutinho, na Vila Madalena: o vento encanado que atinge usuários no corredor até as catracas.

A Folha visitou as instalações nesta sexta-feira (19) e percebeu a mesma ventania no caminho entre a calçada e as plataformas. Técnicos afirmaram que o fenômeno é normal por causa do deslocamento de ar provocado pelo movimento dos trens e também pelo fato de a estação funcionar como um corredor vertical de 25 metros entre a calçada e o trilho dos trens.

Cerca de 42 mil pessoas devem passar pelo local por dia.

Para acessar as catracas, os passageiros vão ter que enfrentar cinco lances de escadas rolantes. A distância a ser percorrida entre a rua e os trens é considerada padrão e menor do que na estação Pinheiros, por exemplo, que tem 31 metros de profundidade.

A nova estação terá ligação com a futura linha 6-laranja (entre Brasilândia e a estação São Joaquim), que está há um ano com as obras suspensas, após as empreiteiras responsáveis envolvidas na Lava Jato desistirem da construção.

ATRASO

Parte integrante da segunda fase da linha 4-amarela, a estação Higienópolis-Mackenzie tinha previsão de inauguração para 2014, em 2012, quando o início da construção foi autorizado pelo governo.

Um ano depois, as obras ainda se arrastavam e a gestão Geraldo Alckmin (PSDB) rompeu o contrato com o consórcio Isolux Corsán-Corviam, alegando atraso na conclusão dos trabalhos.

Em 2016, o consórcio ViaQuatro venceu uma nova licitação e retomou as obras. A nova entrega havia sido prevista para dezembro do ano passado, mas a inauguração acabou prorrogada de novo por causa de atraso na entrega de alguns materiais, como as placas de vidro que funcionam como guarda-corpo.

De acordo com o Metrô, as demais estações da linha devem ser entregues até o fim de 2019 e, o mais tardar, em 2020. A próxima da fila a ser inaugurada deve ser a Oscar Freire, prevista para março.

Em julho deste ano, a companhia prevê entregar a estação São Paulo-Morumbi e, até dezembro do ano que vem, Vila Sônia. Em relação a essa última, além da estação, a inauguração depende da construção de um túnel de 1,5 km para os trens poderem acessar a plataforma.

Inicialmente planejadas para serem entregues em 2008, as seis estações da primeira etapa da obra da linha 4-amarela só ficaram prontas entre 2010 e 2011.

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