Descrição de chapéu Obituário Mario Lima Blanco (1948 - 2018)

Mortes: Carismático, foi quase todos os heróis que quis

Crédito: Arquivo Pessoal Mario Lima Blanco (1948-2018)
Mario Lima Blanco (1948-2018)

ANTONIO MAMMI
DE SÃO PAULO

O cantor romântico Marinho Blanco foi também Detetive Vargas, investigador particular. Poderia ter sido um grande marinheiro –sabia tudo de embarcações e equipamentos– e, antes de botar as filhas pequenas para dormir, assumia a identidade dos protagonistas das histórias de Júlio Verne.

Resumir a vida de Mario Blanco às décadas trabalhando como bancário, portanto, seria como dizer que Clark Kent foi jornalista e nada mais.

Subiu as curvas da estrada de Santos criança, devido ao trabalho do pai, também funcionário de banco. Perambularam por Araras e Limeira antes de se firmarem na capital.

Começou a se envolver com música. Apresentava-se na noite paulistana e conheceu o pessoal da Jovem Guarda –dizia ser chegado dos membros da banda Os Incríveis. Deixou as exibições de lado quando virou provedor.

Depois de aposentado, mudou-se para Praia Grande. Era fascinado pelo mar: conhecia literatura náutica e se interessava por marinha de guerra. Julgava-se velho, porém, para colocar o barco na água.

Em 2001, foi desenganado: os médicos diagnosticaram insuficiência cardíaca e lhe deram cinco anos de vida.

Tornaram-se 16. Ainda gravou um álbum e trabalhou como detetive particular –atendia por codinome nos jornais.

Carismático e teimoso, odiava hospitais. Não quis ser internado mesmo quando teve um AVC. "Eu tinha uma amiga que dizia que era um leão velho. Se parasse de rugir, morria", diz Letícia, uma das filhas. "Mas viveu como quis", completa a outra, Priscilla.

Morreu no último dia 13, aos 69 anos, após um infarto.

coluna.obituario@grupofolha.com.br


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