Descrição de chapéu Obituário Geraldo Faria de Campos (1937 - 2018)

Mortes: Com crônicas e cartuns, inovou no ensino de gramática

Crédito: Divulgação/UFG
Geraldo Faria Campos, que ensinava gramática com poesias e crônicas, em Goiânia (GO)

KELLY MANTOVANI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Geraldo Campos logo percebeu que o material didático de gramática disponível no início dos anos 1970 não seria suficiente para prender a atenção dos alunos.

Acertou: com excertos de crônicas, poesias, notícias e cartuns, divertia e ensinava os alunos dos ensinos fundamental e médio do Cepae (Centro de Pesquisa Aplicada à Educação), vinculado à Universidade Federal de Goiás. O método, hoje difundido em quase todos os vestibulares do país, foi uma novidade na época.

Geraldo passava as madrugadas corrigindo redações e não se limitava a corrigir erros formais e atribuir notas. Seu trabalho era marcado pelo diálogo, por meio do qual apontava soluções para os textos e dava conselhos de vida.

Nascido em Itaberaí (GO), mudou-se adolescente para Goiânia, onde foi aprovado em concurso público dos Correios. Anos depois, passou a conciliar o trabalho com a faculdade de letras.

Foi jogador de futebol e de basquete amador em diversos clubes da cidade. Integrou seleções estaduais dos esportes.

Nos primeiros anos dando aulas, complementou sua renda como bibliotecário. Mesmo qualificado para lecionar na universidade, preferiu ficar com as turmas mais novas.

Como não sabia dirigir, estava sempre de carona com amigos. Singular e irônico, era exímio contador de piadas.

Trabalhava de graça para quem precisasse de reforço e, depois de aposentado, começou a ensinar em igrejas. Publicou dois livros de crônicas.

Morreu no último dia 12, aos 80 anos, após uma parada cardíaca. Deixa a mulher, Aparecida, e três filhos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br


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