Tostão diz que jogadores como Ademir da Guia têm um saber que antecede o pensamento lógico –em campo, eles sabem o que fazer, sem saber que sabem.
A atuação do advogado Fabio Lilla em reuniões era ao estilo do seu ídolo: em poucos minutos, era capaz de esquadrinhar seus participantes, identificar o que havia de mais importante em jogo e antever o próximo lance. Diferente do Divino, porém, ele sabia que sabia.
Sócio-fundador do Lilla, Huck, Otranto, Camargo Advogados e professor na Fundação Getulio Vargas por mais de 30 anos, Lilla destacava-se não só pelo repertório jurídico, mas por sua cultura geral.
"Profundo conhecedor de política e história", afirma o filho, Paulo. "Falava de qualquer assunto com tranquilidade", diz José Antonio, irmão.
Os colegas lembram sobretudo de sua independência –preferia pedir aos clientes que procurassem outro advogado a compactuar com uma estratégia que julgasse lesiva, diz o sócio Luís Gustavo Haddad –e do empenho em formar novos profissionais. Participava pessoalmente da seleção de estagiários em sua banca, referência na área empresarial.
De origem italiana, viveu também de apreciar a gastronomia. Organizava almoços em casa aos sábados e seu padrão de excelência eram as receitas de orecchiette e pizza dolce de dona Lucrécia, madrasta de seu pai.
Conselheiro do Palmeiras, foi homenageado com um minuto de silêncio no último dia 18, antes da estreia do time no Campeonato Paulista.
Morreu no dia 12, aos 71, devido a um câncer. Deixa mãe, filho, irmão e sobrinhos.
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