Descrição de chapéu Obituário José Marcio Mendonça (1944 - 2018)

Mortes: Mineiro, jornalista era botafoguense e fã de Hemingway

Crédito: Arquivo Pessoal José Marcio Mendonça (1944-2018)
José Marcio Mendonça (1944-2018)

ANTONIO MAMMI
DE SÃO PAULO

A calva já era proeminente e a roupa usada naquela noite de 1969 era escura. O primeiro comentário ouvido na editoria de esportes do Jornal da Tarde quando Zé Marcio chegou para seu primeiro dia de trabalho questionava suas credenciais de jornalista: "Trouxeram um padre?"

Depois que foi transferido de São Paulo para Rio de Janeiro, Zé Marcio deixou de ser Padre e ganhou outro apelido (diferente no fenótipo, igual no genótipo): Moita.

"Era muito discreto, não contava nada para ninguém", diz o amigo Mário Marinho.

Mineiro de Guarani, cidade próxima de Juiz de Fora, também passou pelo Estado de S. Paulo, onde foi editorialista e chegou a ser chefe de Redação na sucursal de Brasília. Fora da mídia impressa, foi diretor da
Rádio Eldorado, comentarista de política da TV Bandeirantes e, mais recentemente, colaborou para os sites Migalhas e Infomoney.

Profissional de postura equilibrada, era movido por três paixões: futebol (botafoguense e camisa oito nas peladas), literatura ("Gostava de Hemingway, como todo jornalista", diz Marinho) e política ("um democrata, mais puxado para o liberalismo").

Radical mesmo, afirma o amigo, só quando o assunto era o seu time: "E ainda assim admitia que o Pelé foi melhor que o Garrincha".

Viúvo havia 12 anos, descobriu um câncer no pulmão há cerca de seis meses. Teve tempo para conhecer João, seu primeiro neto, nascido semanas atrás.

Morreu no último domingo (21), aos 73 anos, após uma embolia pulmonar. Além de João, deixa os filhos José Marcio e Laura.

coluna.obituario@grupofolha.com.br


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