Descrição de chapéu Obituário Luiz de Queiroz Orsini (1922 - 2018)

Mortes: Modernizou o ensino de engenharia elétrica no Brasil

Crédito: Arquivo Pessoal Luiz de Queiroz Orsini (1922-2018)
Luiz de Queiroz Orsini (1922-2018)

ANTONIO MAMMI
DE SÃO PAULO

Há cinco anos, responsáveis pela graduação da Escola Politécnica da USP foram interpelados pelo professor emérito Luiz Orsini. Ele havia consultado o currículo do MIT (universidade americana) e tinha algumas sugestões para atualizar o curso de engenharia elétrica da instituição.

Ele também tinha 90 anos, e deixara de dar aulas pouco antes, em 2008. Quando entrou na USP como aluno, em 1942, o programa da faculdade se resumia a conceitos das áreas civil e mecânica.

Com o passar dos anos (começou a lecionar em 1952), desenvolveram-se conceitos de eletrônica, telecomunicações e sistemas digitais. À medida que a tecnologia evoluía, Orsini, por meio da adaptação constante do currículo acadêmico, se consolidava à frente das discussões sobre engenharia elétrica no país.

"Ele foi o primeiro a usar computadores digitais em laboratórios da graduação", diz Denise Consoni, sua assistente por 30 anos. O professor tem obras seminais sobre circuitos elétricos e é dele o primeiro texto sobre eletrônica publicado no Brasil.

Tido como uma entidade na Politécnica, era chamado de Mega Mestre. Sua neta Lucila lembra que o ambiente em sua casa mesclava o lúdico e o educativo. "Bem no início dos PCs, ele programou um joguinho bem rudimentar para a gente se divertir".

Dono de uma vasta e atualizada biblioteca, sempre manteve-se em dia com os eletrônicos: nos últimos tempos, passava horas lendo e jogando paciência em seu iPad.

Morreu no último domingo (23), após complicações de uma pneumonia. Deixa quatro filhos e cinco netos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br


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