Chegou ao Brasil no início dos anos 60 com sua família, sem saber o que esperar do país. Independente do que encontrasse, porém, ele sabia que o cenário seria melhor que o enfrentado por eles no Japão pós-guerra.
Após desembarcarem no porto de Santos, o então menino Shigenobu, com 11 anos, foi com o irmão Shigeru e os pais para Flórida Paulista, onde viviam pacatamente como empregados em granjas.
Depois, a família passou a trabalhar com tomate na região de Campinas (SP) e, já como meeiros, uma boa safra permitiu a compra de um sítio em Mogi-Guaçu (SP).
Com o passar dos anos, o tomate deu lugar ao milho e à laranja. Nessa altura, a maior parte da família já tinha migrado para São Joaquim (SC) para produzir maçãs em suas propriedades.
Shigenobu, detentor de grande conhecimento sobre as diferentes culturas, não gostava do frio da serra catarinense e optou por ficar no interior paulista. Assim, ficava mais perto também da paixão que tinha por pescarias.
Nos períodos pós-safra, viajava para pescar nas regiões do Pantanal e do rio Araguaia e falava a amigos e familiares que seu sonho era praticar a atividade em todos os rios importantes do país.
Fez isso até 2012, quando foi baleado num roubo ao sítio de Mogi. Desde então, passou por várias internações na Santa Casa da cidade, onde morreu na sexta-feira (26) devido a complicações do traumatismo craniano sofrido.
Deixa a mulher, Nair, os filhos Kelly, Yoshio e Erika e quatro netos. Foi enterrado com seu inseparável colete de pesca.
coluna.obituario@grupofolha.com.br
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.