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10/08/2010 - 15h33

Após 29 anos sem registro da dengue tipo 4 no país, RR tem quatro casos suspeitos

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ANDREZZA TRAJANO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE BOA VISTA (RR)

Casos suspeitos de dengue do vírus tipo 4 em Boa Vista (RR) levaram o Ministério da Saúde a enviar ao Estado uma equipe para atuar no combate à doença. O coordenador do Programa Nacional de Controle da Dengue, Giovanini Coelho, também está em Roraima.

Já são quatro casos suspeitos desse tipo de dengue em investigação. Há 29 anos não havia registro do sorotipo no país.

O ministério afirma ser possível conter a doença e afasta a possibilidade de uma epidemia.

Os três últimos casos foram confirmados na semana passada por meio de exames preliminares realizados no Instituto Evandro Chagas, em Belém (PA), referência na região Norte. As amostras de sangue ainda passarão por uma técnica chamada isolamento viral, que é específica para confirmar o sorotipo. O resultado definitivo deve ficar pronto em 15 dias.

Exame semelhante já foi feito no primeiro caso suspeito, detectado há 11 dias, em análise realizada no Laboratório Central de Roraima. As amostras do paciente foram encaminhadas ao instituto paraense, conforme protocolo do ministério. O resultado deve ficar pronto nos próximos dias.

Os pacientes já tiveram alta médica e passam bem. Todos dizem que não saíram de Boa Vista no provável período de incubação da doença, que dura entre três e 15 dias.

Em entrevista na manhã desta terça-feira na sede da Secretaria Estadual da Saúde, autoridades de Roraima e do ministério informaram que intensificaram as ações de contenção ao mosquito Aedes aegypti.

O secretário-adjunto da Saúde do Estado, Alexandre Salomão, disse que foi feita uma triagem na região das casas dos pacientes suspeitos de terem sido infectados pelo vírus tipo 4. Todas as pessoas que apresentaram sintomas de febre nos últimos dois meses são submetidas a um processo de investigação. A ideia é chegar ao foco da doença.

O coordenador Giovanini Coelho disse que a reintrodução do sorotipo já era prevista pelo Ministério da Saúde, em razão de outros países, inclusive a vizinha Venezuela, terem registros da doença.

"Não existem medidas de controle ou barreiras sanitárias que impeçam a circulação do vírus. O que combate o mosquito, independente do tipo, são as ações de contenção que já estão sendo desenvolvidas, além do apoio da população", disse.

A equipe do ministério ficará no Estado em apoio às ações. "Não dá para avaliar se a gente vai ter sucesso ou não, porque o controle do Aedes aegypti é uma atividade complexa, que exige uma série de fatores que estão envolvidos."

Mas ao ser questionado quanto a um risco iminente de o vírus se espalhar pelo país, ele descartou. "Pelo cenário atual, diria que não. Até porque os casos de dengue em Roraima estão em uma tendência de redução, mesmo estando no período de inverno no Estado."

A situação preocupa, segundo Coelho, porque a maioria da população não possui imunidade a esse sorotipo. A introdução do sorotipo 4 no Brasil ocorreu em 1981 e durou até 1982, quando Roraima registrou uma epidemia da doença que posteriormente se espalhou pelo país. No Estado já circulam os tipos 1 e 2 do vírus.

 

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