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Prefeitura de Ribeirão Preto (SP) remove favela para internacionalizar aeroporto
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ARARIPE CASTILHO
RIBEIRÃO PRETO
Em nome da internacionalização do aeroporto Leite Lopes, a prefeita de Ribeirão Preto (a 313 km de SP), Dárcy Vera (DEM), quer acelerar o processo de retirada das famílias que moram na favela da Mata, ao lado da pista de pouso.
Ela e o secretário de Estado da Habitação, Lair Krähenbühl, afirmaram ontem na prefeitura que até o final do ano cerca de 230 famílias serão transferidas da favela para um conjunto habitacional na Fazenda Baixadão.
'Estou com pressa porque queremos fazer a internacionalização do aeroporto para voos comerciais e isso [desfavelização da área] tem de começar cedo para já falar para o Comar [Comando Aéreo Regional] e para o Daesp [Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo] que já estamos mexendo.'
O idealizador e coordenador do programa Moradia Legal, João Gandini, disse que a favela do aeroporto era uma das prioridades desde o início e que agora ajudará a resolver também o problema do terminal aéreo.
'A retirada dessas moradias é uma das providências das quais depende a internacionalização do aeroporto. Com a migração das famílias, resolvemos esse impedimento e também o problema social dessas pessoas.'
Segundo o diretor-presidente da Cohab-RP (Companhia Habitacional Regional de Ribeirão Preto), Rodrigo Arenas, a previsão é que a primeira parte das famílias da favela seja transferida já em novembro.
As 692 casas da Fazenda Baixadão serão entregues em três etapas. As duas entregas seguintes estão marcadas para fevereiro e maio, segundo Arenas. As prioridades para a transferência serão as famílias que moram em casas mais próximas da pista.
Arenas destacou, porém, que só serão considerados os moradores que participaram do cadastramento que foi realizado em 2007.
'Isso porque sempre que se anuncia a retirada das famílias, acontece uma explosão no número de pessoas que vivem nesses locais', afirmou Arenas.
O presidente da Associação dos Moradores da Favela da Mata, Clodoaldo Marques, afirmou que, na época do cadastro, pediu para que fosse iniciada uma fiscalização no local para evitar a invasão.
Ele disse que nem as 692 casas do novo conjunto habitacional deverão resolver o problema ao redor do aeroporto. 'Tem quase 2.300 famílias morando lá hoje.'
Ele acredita que muitos podem se recusar a sair. 'Tem gente que não quer pagar água, luz e prestações.'
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