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Advogado de rapaz detido por ataques na av. Paulista diz que cliente foi agredido
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GUILHERME REED
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O advogado de defesa de um dos menores de idade detido por agressão a três jovens na avenida Paulista na manhã deste domingo disse que a briga começou porque seu cliente foi agredido.
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"Uma das vítimas agrediu um dos menores. E virou uma briga generalizada", disse o advogado Orlando Machado. Ele afirmou ainda que "houve um flerte e depois uma discussão verbal".
Um grupo de cinco rapazes, entre eles quatro menores, agrediu três jovens em ataques diferentes na avenida Paulista. Primeiro, o grupo atacou dois rapazes que saíam de uma festa na altura do número 459 da Paulista --uma das vítimas conseguiu fugir e outra teve que ser internada devido aos ferimentos. Em seguida, os agressores foram em direção a um grupo de outros três jovens, já na altura do número 700 da avenida, e atacaram um deles com um golpe na cabeça.
Eles teriam usado barras de lâmpadas brancas como arma. A polícia investiga se os ataques têm motivação homofóbica --inicialmente, a PM informou erroneamente que os presos eram skinheads. Segundo o boletim de ocorrência, durante a agressão os rapazes diziam coisas como 'suas bichas' e 'vocês são namorados'.
Para provar a suposta agressão a seu cliente, Machado disse ter tirado fotos do jovem com o olho roxo, dentro da cela do 5º Distrito Policial (Aclimação), onde está detido.
Questionado sobre se o rapaz não teria sido agredido em uma tentativa de defesa das vítimas, respondeu com uma pergunta: "A vítima tentou se defender e quase fechou o olho do meu cliente? Nunca vi defesa desse tipo, a não ser que ele seja praticante de lutas marciais".
Ele também negou que os jovens tenham usado lâmpadas na agressão. "O problema é que a briga aconteceu no meio da rua. Quando meu cliente caiu, caiu sobre uma lâmpada", afirmou.
O advogado disse ainda que a investigação deve apurar a verdade, e que, hoje, "uma palavra das vítimas vale mais do que dez dos acusados".
INVESTIGAÇÃO
A polícia investiga se os ataques têm motivação homofóbica --inicialmente, a PM informou erroneamente que os presos eram skinheads. Segundo o boletim de ocorrência, durante a agressão os rapazes diziam coisas como "suas bichas" e "vocês são namorados".
O delegado Alfredo Jang, do 5º DP (Aclimação), informou os menores serão transferidos para a Fundação Casa hoje à noite, e o maior será encaminhado para o 2º DP. Jang indicou que eles devem responder por formação de quadrilha, porque estavam em cinco, e lesão corporal gravíssima tentada. Além disso, afirmou que, "no mínimo", eles estavam alcoolizados.
A mãe de um dos menores, de 16 anos, disse à Folha que o filho teve uma "atitude infantil". "Recebi a ligação quando ele já estava detido. Foi uma atitude infantil. Ele sai sempre com os amigos e nunca aconteceu absolutamente nada. É um garoto que tem boas notas. Estou constrangida pela situação."
Ela contou ainda que os rapazes detidos estudam juntos em um colégio do Itaim Bibi, bairro nobre da região oeste de São Paulo.
OS ATAQUES
À reportagem, João*, 20, contou que ele e Marcos *, 19, tinham acabado de sair de uma festa e esperavam um táxi quando viram o grupo de cinco rapazes atravessando a rua em direção a eles. Segundo João, estavam bem vestidos, usando roupas de marca, conversando e rindo. "À primeira vista, pareciam inofensivos. Quando passaram pela gente, um deles me agrediu na cabeça com um soco", conta.
Cada uma das vítimas fugiu para uma direção. João conta que correu para uma estação de metrô. "Apanhei até entrar no metrô. Ainda tropecei e caí na escada."
Quando estava seguro, ligou para o celular de Marcos, e uma mulher atendeu. Ela relatou que o rapaz estava no chão, sangrando, muito machucado e precisando de ajuda. Socorrido no pronto-socorro Vergueiro, ele foi transferido depois para o hospital Oswaldo Cruz.
"É um trauma, nunca se espera que vá acontecer isso, tão de repente. É inacreditável", lamenta João.
Após esse primeiro ataque, os cinco rapazes continuaram caminhando pela avenida Paulista, levando barras de lâmpadas nas mãos, quando cruzaram com outros três jovens saindo de uma lanchonete.
Desta vez, Bruno*, 23, foi o único agredido. Segundo o boletim de ocorrência, os jovens bateram com a barra de lâmpada na cabeça dele. Quando Bruno estava curvado, recebeu uma segunda pancada no rosto, relatou, e depois vieram socos no tronco e na cabeça.
Uma testemunha presenciou a segunda agressão e chamou a polícia. Os cinco jovens foram detidos.
* Os nomes são fictícios.
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