Publicidade
Publicidade
Associação diz que um homossexual é morto no país a cada dois dias
Publicidade
DE SÃO PAULO
A ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) divulgou nesta terça-feira uma nota em repúdio as duas agressões contra homossexuais ocorridas no último final de semana. Segundo o relatório anual de assassinatos de homossexuais, divulgado pelo GGB (Grupo Gay da Bahia) em março deste ano, em média dois homossexuais são assassinados por dia no Brasil.
Acompanhe a Folha no Twitter
Conheça a página da Folha no Facebook
No último domingo (14), um rapaz de 19 anos foi baleado no parque Garota de Ipanema (zona sul do Rio) após a 15ª Parada do Orgulho Gay, em Copacabana. No mesmo dia, quatro rapazes também foram agredidos em três ataques na avenida Paulista (centro de São Paulo). A polícia de São Paulo diz haver indícios de motivação homofóbica.
Segundo o relatório, foram assassinados no Brasil, em 2009, 198 homossexuais, nove a mais que em 2008. Em 2007, de acordo com a instituição, foram 122. Do total de mortos.
O relatório também diz que Bahia e Paraná são os Estados com mais mortes: 25 homicídios cada um. Pernambuco, São Paulo e Minas Gerais registraram 14 mortes e Rio de Janeiro, 8.
"A ABGLT vem se manifestar, mais uma vez, pelo fim imediato de toda e qualquer violência homofóbica, e pela promoção de uma cultura de paz e respeito à diversidade", diz a nota.
A associação também pede que o governo federal "acelere a implementação do Plano Nacional de Promoção da Cidadania e dos Direitos Humanos de LGBT" e que os governos estaduais e municipais "elaborem e também implantem seus planos de combate à homofobia".
"Temos testemunhado que essa intolerância pregada por setores fundamentalistas cristãos tem sido transformada em violência extrema. A pregação religiosa que ataca os homossexuais acaba por legitimar atitudes de ódio. Infelizmente, temos assistido a uma onde conservadora, que ganhou contornos fortes na campanha presidencial. Ela atinge mulheres, negros, nordestinos e LGBT", afirmou a associação.
GOVERNO DE SP
A Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania, por meio da Coordenação de Políticas para a Diversidade Sexual do Estado de São Paulo, também divulgou nota sobre a agressão ocorrida na avenida Paulista.
"A Secretaria está acompanhando o andamento do caso e já determinou a instauração de procedimento para apurar a responsabiliade pelos fatos nos termos da Lei estadual 10.948, de 2001, que prevê multas administrativas para punir prática de discriminação em razão de orientação sexual e identidade de gênero. As multas variam de R$ 8.000 a R$ 150 mil", diz a nota.
Robson Ventura/Folhapress | ||
Rapaz maior de idade, suspeito de envolvimento em agressão na avenida Paulista, em SP, foi solto na segunda (15) |
CASOS
No Rio de Janeiro, a vítima de agressão contou que, após a Parada Gay, foi para o parque com dois amigos, por volta das 22h30. Chegando lá, os três homens começaram a pedir identidade e telefone dos cerca de 15 jovens que estavam ali.
"Esses homens chegaram dizendo que a gente não podia ficar ali, pois era uma área militar, e que iam ligar para a polícia. E a partir daí começaram as agressões. Eles deram muitos puxões de cabelo, chutes, xingaram a gente e colocaram a arma na minha cabeça", contou.
Após ser baleado, o jovem afirmou que ligou diversas vezes para o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), mas o atendente alegava que se tratava de um trote e se recusou a fazer o atendimento. Ninguém foi preso.
Em São Paulo, foram três ataques no mesmo dia. A polícia aponta um grupo de cinco jovens, entre eles quatro menores, como responsável pelas agressões.
Segundo o boletim de ocorrência, os cinco jovens se aproximaram da vítima dando socos no rosto. Ele se desequilibrou e foi atingido na nuca. Em seguida, todos os jovens começaram a dar chutes e socos no rapaz, já caído no chão.
O grupo dizia, segundo as vítimas, "Suas bichas", "Vocês são namorados!".
Em dois dos ataques que ocorreram em São Paulo a polícia diz haver indícios de motivação homofóbica. Advogados e parentes dos cinco jovens, quatro deles adolescentes de 16 e 17 anos, dizem haver um exagero por parte da polícia e o que houve foi apenas "uma confusão que acabou em agressão".
O jovem de 19 anos foi preso e os quatro adolescentes encaminharam para a Fundação Casa. No entanto, na segunda-feira, todos foram liberados.
+ Notícias sobre os casos
- Jovem baleado diz que violência contra homossexuais é frequente em parque do Rio
- Polícia não descarta participação de militares em ataque contra homossexual no Rio
- Jovem é baleado após parada gay no Rio
- Justiça concede liberdade provisória para jovem suspeito de agressão na Paulista, em SP
- Adolescentes suspeitos de agressão na Paulista são liberados
- Pais negam que adolescentes detidos sejam violentos
- Jovem agredido recebe alta, informa hospital
- Grupo que atacou jovens na av. Paulista é apontado como responsável por 3º ataque
- Advogado de rapaz detido por agressão na av. Paulista diz que cliente foi agredido
- Grupo usou barra de lâmpadas em agressão a jovens na avenida Paulista
- Mãe de agressor diz que filho teve 'atitude infantil'; grupo atacou 3 na av. Paulista
- Grupo agride jovens na avenida Paulista em dois ataques diferentes
+ Notícias em Cotidiano
+ Livraria
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Sem PM nas ruas, poucos comércios e ônibus voltam a funcionar em Vitória
- Sem-teto pede almoço, faz elogios e dá conselhos a Doria no centro de SP
- Ato contra aumento de tarifas termina em quebradeira e confusão no Paraná
- Doria madruga em fila de ônibus para avaliar linha e ouve reclamações
- Vídeos de moradores mostram violência em ruas do ES; veja imagens
+ Comentadas
- Alessandra Orofino: Uma coluna para Bolsonaro
- Abstinência não é a única solução, diz enfermeira que enfrentou cracolândia
+ EnviadasÍndice