São Luiz do Paraitinga (SP) ganha proposta para se tornar patrimônio histórico nacional

O Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) vai propor que São Luiz do Paraitinga (a 182 km de São Paulo) se torne patrimônio histórico nacional.

A proposta de tombamento urbanístico, feita pela Iphan de São Paulo, será lançada em reunião do conselho consultivo nacional do órgão que ocorre nesta quinta e sexta-feira, no Rio de Janeiro.

Na ocasião, o órgão irá decidir se o centro histórico de São Luiz do Paraitinga, que tem tombamento provisório, e seu entorno devem ser protegidos de forma definitiva.

Fundada em 1769, São Luiz do Paraitinga foi arrasada pela enchente provocada por fortes chuvas no início deste ano. O processo de tombamento nacional, que já estava em curso, foi acelerado pela tragédia.

	Joel Silva-29.jul.10/Folhapress
	Pedestres e ciclistas caminham em frente a casarões reformados após as chuvas que atingiram Paraitinga

De acordo com a superintendente do Iphan em São Paulo, Anna Beatriz Ayroza Galvão, a proposta pretende valorizar a área construída do centro histórico, os vazios e a paisagem urbana, não somente os imóveis.

O Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico de São Paulo) já havia tombado 450 imóveis da cidade em processos que datam de 1974 a 1982.

Há um ano, Iguape, no litoral sul paulista, passou pelo mesmo tombamento urbanístico que o Iphan propõe para São Luiz.

As normas de construção e reformas de acordo com a proposta de tombamento serão apresentadas em reuniões com a prefeitura e em consulta à população, como foi feito em Iguape.

"Não adianta tombar se não existe comprometimento dos moradores e do poder local para preservar a área em seus aspectos mais essenciais", disse Anna.

OUTROS PROCESSOS

No encontro, o conselho do Iphan debaterá também a preservação de outros patrimônios pelo país, como os tombamentos da Igreja Positivista no Rio de Janeiro, do centro histórico de Natal (RN) e do conjunto histórico de Paracatu (MG).

Será discutida ainda na reunião a ampliação do tombamento de Cáceres (MT).

Patrimônios navais --como as embarcações típicas de Maranhão, Bahia, Sergipe e Rio Grande do Sul-- e o acervo do Museu do Mar, em São Francisco do Sul (SC) também serão avaliados.

A festa de Sant'Ana de Caicó (RN) poderá ser enquadrada como patrimônio cultural do país.