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09/12/2010 - 22h08

Protesto contra morte de professor em MG pede comissão para apurar violência

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PAULO PEIXOTO
DE BELO HORIZONTE

Alunos e professores do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix e o Sinpro Minas (Sindicato dos Professores da Rede Privada) fizeram ato público no começo da noite desta quinta-feira em Belo Horizonte para protestar contra o assassinato do professor Kassio Vinicius Castro Gomes, 39. Ele recebeu facada de um aluno dentro da faculdade, na última terça (7).

A manifestação, que reuniu cerca de 300 pessoas no centro de BH, também pediu paz no meio educacional e cobrou ações urgentes das autoridades e escolas contra a violência. O sindicato quer que cada escola tenha uma comissão para receber denúncias de ameaças contra professores.

Pesquisa elaborada pelo Sinpro Minas e pela PUC-MG (Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais) em 2008 sobre a percepção da violência nas escolas privadas apontou que 86% dos professores dessas instituições avaliam que o diálogo entre professores, alunos e direção das escolas é um caminho para prevenir e combater a violência.

Paulo Peixoto/Folhapress
Ato em BH protesta contra assassinato de professor e pede comissão em escolas para apurar violência
Ato em Belo Horizonte protesta contra morte de professor e pede comissão em escolas para apurar violência

Na pesquisa em parceria com o Programa de Pós-graduação em Educação e o Programa de Pós-Graduação em Tratamento da Informação Espacial da PUC, 39% disseram ter visto situações de intimidação e 35%, de ameaças. 24% já presenciaram agressões físicas.

Segundo o sindicato, 85% dos professores consideraram como violência a "forma prepotente como alunos tratam profissionais da escola por se considerarem clientes da instituição".

Gomes, professor do curso de educação, foi morto pelo estudante Amilton Loyola Caires, 23, que confessou o assassinato em depoimento à polícia. Ele está preso. O crime aconteceu em uma instituição tradicional localizada em uma região nobre de Belo Horizonte.

O estudante do 5º período de educação física alegou que o "estado de fúria" que se encontrava foi porque "sofria perseguições do professor", conforme disse a polícia. Testemunhas, porém, afirmaram à polícia que o motivo teria sido descontentamento do aluno com uma avaliação do professor.

SITUAÇÃO "PREOCUPANTE"

O presidente do Sinpro Minas, Gilson Reis, disse que as autoridades precisam agir rápido porque a situação é "preocupante" e a proposta de criar uma comissão nas escolas envolvendo professores, alunos, funcionários e direção da escola é a primeira que o sindicato quer debater com as autoridades.

Essa comissão teria o propósito de evitar que eventuais perdas financeiras para as escolas deixem as ameaças aos professores sem apuração e solução.

Ou seja, o Sinpro considera que as escolas muitas vezes não apuram os casos porque pode ter que expulsar um aluno e deixar de arrecadar com ele, especialmente no momento em que as escolas particulares têm mais vagas do que alunos.

"Essa comissão funcionaria como uma espécie de Cipa [as comissões de prevenções de acidentes em indústrias]. Há uma lógica perversa: a escola muitas vezes abre mão da sua autoridade por questão financeira", disse o sindicalista.

Alunos do professor assassinado colocaram tarjas pretas nos braços com a inscrição paz. Também abriram faixas e homenagearam Gomes com aplausos. Após a manifestação, eles seguiram sob chuva em passeata até a porta da faculdade.

 

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