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População de cidades do entorno de Brasília cresce 29%
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FELIPE BÄCHTOLD
DE SÃO PAULO
As cidades goianas do chamado entorno de Brasília incharam e tiveram um crescimento populacional de 29% em dez anos, revela o Censo 2010 do IBGE. Esses 19 municípios, de indicadores sociais baixos, costumam receber migrantes de outras partes do país que chegam para trabalhar no Distrito Federal.
Como estão em território goiano, o governo de Brasília não tem responsabilidade sobre essas áreas. No último mapa da violência, cinco das dez cidades goianas com maiores índices de homicídios eram do entorno.
Há dois anos, a Força Nacional de Segurança atuou na região para conter uma onda de violência.
O caso mais emblemático é Águas Lindas de Goiás, cidade goiana a 35 km do plano piloto da capital federal. Fundado há 15 anos, o município cresceu 51% desde 2000 e está com 159 mil habitantes. Em 1996, tinha pouco mais de 6.000 eleitores.
Parte da cidade está sobre uma área de proteção ambiental e milhares moram em condição irregular. Mais da metade da população, diz a prefeitura, pega um ônibus interestadual todo dia para trabalhar na capital federal. Para ligações telefônicas a Brasília, os moradores fazem interurbano.
Criminosos, diz o município, vão à cidade como forma de escapar da polícia do DF, que não pode ir ao local.
PROPOSTA
O fenômeno virou tema na última campanha eleitoral.
Para o governador do Distrito Federal, Rogério Rosso (PMDB), a solução é uma proposta em tramitação no Congresso. Segundo ela, seis cidades goianas seriam incorporadas à capital federal.
"O DF vai dormir com uma população e acorda com outra", disse à Folha, referindo-se a moradores do entorno. Ele afirma que essa população depende de serviços públicos da capital.
Rosso se queixa do crescimento desordenado e do escasso efetivo da polícia goiana na área. Para ele, ainda que exista "boa vontade" de Goiás e das prefeituras, os problemas não serão resolvidos.
A Secretaria das Cidades de Goiás diz que, em setores como habitação, a demanda na região é alta demais para ser atendida. Mas afirma que a interação com o governo do DF é contínua e que a área vem recebendo projetos federais do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
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