Tripulantes também ameaçam greve na antevéspera do Natal

Em assembleias realizadas nesta quinta-feira, o Sindicato Nacional dos Aeronautas --que reúne os pilotos e comissários de voo-- decidiu aderir à greve nacional marcada para o próximo dia 23, antevéspera do Natal.

De acordo com o presidente da entidade, Gelson Fochesato, as empresas aéreas se mostraram "intransigentes" e não apresentaram novas proposta às reivindicações dos trabalhadores do setor aéreo. Ontem, uma reunião entre aeroviários (funcionários que trabalham em terra), aeronautas e empresas fracassou. O Sindicato Nacional dos Aeroviários já havia decido pela greve.

Os funcionários reivindicam reajuste de 15% sobre os salários. Na reunião, os aeroviários chegaram a reduzir a reivindicação para 13%, mas as empresas mantiveram apenas a oferta de repor a inflação do período pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), de cerca de 6%.

O Snea (Sindicato Nacional das Empresas Aéreas) afirma que o índice inclusive já está sendo incorporado nos salários de dezembro e também no 13º salário. O sindicato argumenta que as empresas estão sem capacidade de oferecer melhor proposta pois obtiveram apenas lucro operacional este ano.

A assessoria das empresas disse ontem que não trabalhava com a hipótese de greve, mas que, caso ocorresse, os maiores prejudicados seriam os passageiros. O Snea não foi localizado nesta quinta-feira.

No dia 8 de dezembro, uma outra reunião entre representantes dos sindicatos e companhias aéreas já havia terminado sem acordo.

DATA-BASE

Em novembro, as empresas propuseram a mudança da data-base (quando é definido reajuste salarial) dos funcionários de 1º de dezembro para 1º de abril.

O objetivo era evitar que os funcionários ameaçassem fazer paralisações durante as festas de fim de ano, situação que ocorreu nos últimos anos. Os funcionários não aceitaram.