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15/01/2011 - 17h39

Volta a chover em Nova Friburgo; governador vê estrada ruir durante viagem

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FELIPE CARUSO
ENVIADO ESPECIAL A NOVA FRIBURGO

Voltou a chover forte em Nova Friburgo, região serrana do Rio, desde o meia-dia deste sábado. A secretária municipal de Saúde, Jamila Calil Salim Ribeiro, disse que teme que a situação piore no local.

Acompanhe a situação das estradas
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Veja cobertura sobre chuvas na região serrana do Rio

"A gente pensou que o momento extremo foi de terça (11) para quarta, mas se continuar com essa chuva, pode piorar."

Jamila falou ainda que, por volta das 10h, foram enviadas equipes médicas para localidades de difícil acesso, mas que, com a chuva, elas podem não chegar ou mesmo ficar isoladas.

Também nesta manhã, o Hospital Municipal Raul Sertã voltou a funcionar. No momento há 57 pacientes internados. Outros 146 foram transferidos para cidades próximas. A unidade recebeu entre 30 e 40 bolsas de sangue do Hemorio, o que foi suficiente para abastecer o estoque. Segundo Jamila, o serviço mais solicitado é o de ortopedia.

No posto de saúde de Nova Friburgo, moradores estão recebendo vacina antitetânica. A Fiocruz enviou 5.000 doses do medicamento nesta manhã. Jamila informou que faltam ainda insulina e remédios contra hepatite.

Editoria de Arte/Folhapress

SUSTO

O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), sentiu hoje na pele o efeito das chuvas na região serrana. Com visita programada a Nova Friburgo para as 11h, ele não conseguiu pousar na cidade de helicóptero e teve que descer em Cachoeiras de Macacu, a 40 km.

No meio do caminho, na rodovia estadual RJ-116, caiu uma chuva forte e houve um deslizamento abaixo do nível do asfalto, que começou a se desfazer. "É assustador. De repente a água vem e a estrada que estava semibloqueada começa a ruir", disse Cabral.

Foi decretado luto oficial de sete dias no Estado e de três dias no Brasil.

Ontem, Cabral afirmou hoje que haverá o momento de se fazer "autocrítica" e "avaliação" sobre a tragédia na região serrana, mas ainda não é o momento.

Mauricio Lima/AFP
Pessoas observam região afetada pela chuva em Nova Friburgo; veja mais imagens
Família observa estragos no morro do Dedé, em Nova Friburgo, no Rio; veja galeria de imagens

RISCO

Reportagem publicada na edição deste sábado da Folha mostra que um estudo encomendado pelo próprio Estado do Rio de Janeiro já alertava, desde novembro de 2008, sobre o risco de uma tragédia na região serrana fluminense.

A situação mais grave, segundo o relatório, era exatamente em Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo, os municípios mais devastados pelas chuvas e que registram o maior número de mortes. Essas cidades tiveram, historicamente, o maior número de deslizamentos de terra.

O estudo apontou a necessidade do mapeamento de áreas de risco e sugeriu medidas como a recuperação da vegetação, principalmente em Nova Friburgo, que tem maior extensão de florestas.

O secretário do Ambiente do Rio, Carlos Minc, disse que o mapeamento de áreas de risco foi feito, faltando "apenas" a retirada dos moradores, e que os parques florestais da região também foram ampliados.

Jorge Araujo-14.jan.11/Folhapress
Casas ocupam encosta de morro ao lado da estrada que liga o centro de Petrópolis ao bairro de Itaipava; veja imagens
Casas ocupam encosta ao lado da estrada que liga o centro de Petrópolis ao bairro de Itaipava; veja imagens

O coordenador de Defesa Civil de Petrópolis afirmou que o aviso passado pelos institutos de meteorologia não foi suficiente para disparar o sistema de alerta da cidade.

Segundo o coronel Carlos Francisco De Paula, a previsão repassada pelo Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), com possibilidade de ocorrência de chuvas moderadas a fortes, não dava a dimensão da chuva que acabou devastando boa parte das cidades serranas.

 

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