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30/01/2011 - 17h11

Bombeiro suspeito de matar 9 no Paraná nega autoria dos crimes

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JEAN-PHILIP STRUCK
DE CURITIBA

O ex-comandante do Corpo de Bombeiros do Paraná suspeito de matar nove usuários de drogas em Curitiba negou neste sábado (29) ter cometido os crimes. A declaração foi feita em entrevista a um telejornal local, transmitido pela rede Bandeirantes.

Bombeiro suspeito de matar 9 em Curitiba se entrega à polícia
Ex-comandante dos bombeiros do PR é suspeito de matar 9

Na entrevista, o coronel Jorge Luiz Thais Martins, 56, não mostrou o rosto e acusou um policial militar de ser o autor dos crimes, ocorridos entre agosto de 2010 e janeiro deste ano. Martins está preso desde sexta-feira (28), quando se entregou à polícia após a Justiça ter expedido um mandado de prisão temporária contra ele.

O coronel afirmou acreditar que as testemunhas erraram na identificação. 'Descreveram o autor como um homem de cabelo grisalho e curto. São características que batem comigo mas também com esse outro militar', afirmou.

Segundo a polícia, o coronel foi apontado como suspeito após ter sido identificado por dois sobreviventes de ataques a usuários de drogas. A polícia acredita que o bombeiro agiu por vingança.

Martins, que comandou a corporação no Paraná de junho de 2007 a dezembro de 2009, teve um filho morto durante um assalto em outubro de 2009. Dois suspeitos, menores de idade e usuários de drogas, chegaram a ser apreendidos, mas foram liberados no ano passado por falta de provas.

Os nove assassinatos ocorreram no mesmo bairro em que o filho do bombeiro foi morto, Alto Boqueirão. Todas as vítimas eram usuários de drogas e, segundo a polícia, não incluíam os suspeitos liberados ou qualquer pessoa relacionada ao crime.

Segundo Martins, o suposto policial militar também teve um parente assassinado na mesma região. 'Um policial militar, quem sabe morador da região, teve um parente morto com golpes de chave de fenda e jurou morte a todos os 'nóias' da região, isso consta nos autos', afirmou o ex-comandante.

O ex-comandante também disse que sua arma, uma pistola .40, nunca foi usada. 'Se eu tivesse que matar alguém, mataria a pessoa que matou e atirou por quatro vezes em meu filho. Por que matar nove pessoas que não fizeram nada para mim? São viciados, mas isso é problemas delas, quem sofre é a família deles. Se eu fosse lá matar essas pessoas eu estaria fazendo os pais deles sofrerem o mesmo que eu sofri', disse.

Na sexta-feira, a Polícia Civil afirmou que o ex-comandante agiu sozinho quando cometeu os crimes, mas contou com a ajuda de outras pessoas ao supostamente ameaçar testemunhas e moradores próximos aos locais das mortes.

A polícia também afirmou que encontrou na casa do coronel uma caixa com munição do mesmo calibre usado em alguns dos assassinatos, e que um dos veículos utilizados nos crimes é do mesmo modelo de um que pertence ao coronel.

O advogado do coronel afirmou na sexta-feira que pretende entrar com um pedido de habeas corpus para soltar Martins. Ele afirmou que está reunindo provas para mostrar que seu cliente não estava em Curitiba quando aconteceram as mortes e chamou de 'lixo' os resultados do inquérito da polícia que apontaram o coronel como suspeito.

 

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