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Após queda de prédio no PA, operários protestam por segurança
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FÁBIO FREITAS
DE SÃO PAULO
Operários ligados ao Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil em Belém (PA) fizeram uma passeata nesta segunda-feira (31) exigindo mais segurança em obras. No sábado (29), um prédio de 34 andares que estava em construção desabou, matando ao menos uma pessoa.
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Cerca de 250 trabalhadores, segundo a Polícia Militar, paralisaram obras, caminharam em protesto pela região central de Belém e se concentraram durante parte da tarde em frente ao Sinduscon (sindicato patronal do setor no Pará). O objetivo era convocar autoridades para melhorar a fiscalização quanto a irregularidades em obras.
"Nós, do sindicato, estamos parando obras, chamando autoridades para que não aconteça a mesma tragédia [em outros prédios]. Queremos que fiscalizem obras, para saber onde tem problema", afirmou o coordenador do sindicato dos operários, João Daniel da Silva Alves.
Ele disse que algumas empreiteiras terceirizadas por construtoras não fornecem equipamento de segurança aos operários, e reclamou que o Crea-PA (Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura) não fiscaliza obras quando o sindicato comunica irregularidades ao órgão.
Rodolfo Oliveira/Ag. Pa | ||
Equipes trabalham no local em que um prédio desabou no último sábado, em Belém (PA); uma pessoa morreu |
O presidente do Crea-PA, José Leitão de Almeida Viana, afirmou que as críticas são "totalmente absurdas e demonstram total ignorância sobre a legislação". Viana disse que o Crea não é órgão de fiscalização de execução de obras, e que só tem a responsabilidade de saber se o profissional à frente da obra é habilitado para o serviço.
Viana afirmou ainda que o Crea deve fazer uma perícia no prédio que desabou, e que, se for detectada falha, os culpados serão responsabilizados.
"Acho que nenhum Estado é mais fiscalizado que o Pará. O Ministério do Trabalho está constantemente nas obras, e é proveitoso isso. Quanto mais fiscalização, melhor", disse o presidente do Sinduscon, Manoel Santos.
Segundo Santos, as construtoras oferecem equipamentos de segurança aos trabalhadores. Ele afirmou que a maioria das empresas não terceiriza os serviços, mas que não pode precisar se alguma não obriga o uso dos equipamentos.
BUSCAS
Cerca de 200 homens do Corpo de Bombeiros, Cruz Vermelha, Defesa Civil, Polícias Militar e Civil e Exército continuam as buscas pelos dois trabalhadores soterrados no desabamento do edifício Real Class.
Eles utilizam como guia um desenho rascunhado por operários que não estavam na obra no momento da queda, mostrando o local onde os colegas estariam quando o prédio caiu.
Três cães farejadores, quatro retroescavadeiras, quatro pás mecânicas e um sensor de ruídos auxiliam o trabalho. A equipe trabalha sem parar, com revezamentos em turno de oito horas.
A construção do Real Class começou em 2008 e seria finalizada em dezembro deste ano. O prédio tinha 60 apartamentos (dois por andar), com 122 m§§2§§ e três suítes. De acordo com a imobiliária responsável pelas vendas, 70% das unidades haviam sido vendidas, a R$ 500 mil cada uma.
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