Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
25/02/2011 - 17h06

Autor de "Minha mulher não deixa não" faz campanha contra Aids

Publicidade

FELIPE CARUSO
DO RIO

O ministério da Saúde lançou na tarde desta sexta-feira, na quadra da escola de samba Salgueiro, no Andaraí, zona norte do Rio, a campanha de estímulo ao uso da camisinha no Carnaval no país, como parte do combate à Aids e de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs).

Músico do hit "Minha Mulher Não Deixa Não" morre em acidente
Ministério da Saúde usa hit "Minha Mulher Não Deixa Não" em campanha

Reginaldo Alves da Silva, o Reginho, autor de um dos jingles da campanha inspirado no hit 'Minha mulher não deixa não', compareceu ao evento mesmo depois do baixista do grupo, Lenine, ter morrido ontem em um acidente de ônibus na Bahia.

"Confesso que não tinha condições de vir, mas não podia faltar a esse evento tão importante para todos os brasileiros. Assim como eu, Lenine não cobrou cachê pela campanha e fez questão de participar dela", disse Reginho

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse que a produção do evento avisou Reginho de que ele não precisava vir e pediu um minuto de silêncio durante a cerimônia em respeito à morte do músico. "Você não sabe o bem que está fazendo pelo Brasil e pelas mulheres brasileiras de vir aqui lançar essa campanha", disse Padilha a Reginho.

A referência ao público feminino feita pelo ministro se deve ao foco da campanha nas mulheres de 15 a 24 anos, das classes C, D e E. A análise de dados epidemiológicos apontam a feminização da epidemia. Enquanto que em 1986 para cada caso de Aids entre mulheres havia 15 em homens, desde 2002 para cada mulher infectada há 1,5 homem.

A Pesquisa de Conhecimentos, Atitudes e Práticas da População Brasileira (PCAP - 2008) mostrou também que nessa faixa etária as meninas estão mais vulneráveis ao HIV. Em todas as situações, os meninos usam mais preservativo do que elas. Na última relação sexual com parceiro casual, o percentual de uso da camisinha entre as mulheres é consideravelmente mais baixo (49,7%) do que entre os meninos (76,8%). No relacionamento fixo, apenas 25,1% delas utilizam a camisinha com regularidade. Entre eles, o percentual é de 36,4%.

Atenção especial é dada à faixa etária entre 13 a 19 anos, única em que desde 1998 o número de meninas infectadas é maior do que o de meninos: oito casos em homens para cada 10 em mulheres.

Além incentivar a adoção do uso do preservativo entre as garotas, a campanha as encoraja a exigir que o parceiro a use a camisinha nas relações. Para o ministério da Saúde, entre os fatores que fazem com que a mulher abandone o uso de preservativos estão mitos relacionados à falsa percepção de segurança nos parceiros, a necessidade de provar que ama o parceiro ou que confia nele, a idealização romântica, o julgamento pela aparência e a vontade de se entregar

"O recado para os homens é dizer claramente que quando uma mulher pede para ele usar a camisinha é uma ato de profundo respeito a ela e a ele. Não nada mais respeitoso do que proteger a vida e impedir a disseminação de doenças sexualmente transmissíveis", disse o ministro Padilha.

Depois do Carnaval, a campanha vai passar a incentivar aqueles que fizeram sexo sem camisinha durante o feriado para que procurem a rede de saúde e façam o teste para diagnosticar possíveis doenças.

Estimativas do ministério da Saúde indicam que existem hoje no Brasil cerca de 630 mil pessoas vivendo com o vírus da Aids, sendo que 255 mil nunca teriam feito o teste.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página