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Após um ano, caso do cartunista Glauco continua sem definição
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ROGÉRIO PAGNAN
DE SÃO PAULO
Um ano depois, o caso do assassinato do cartunista Glauco Vilas Boas, 53, e de seu filho Raoni, 25, continua indefinido na esfera judicial.
Embora esteja preso, o assassino confesso dos dois, Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, 24, o Cadu, pode nem vir a ser julgado, caso a Justiça Federal do Paraná acolha a tese da defesa de que Cadu não é responsável pelos seus atos, conforme laudo de dois psiquiatras e uma psicóloga anexado ao processo.
Se a Justiça considerar que Cadu é de fato inimputável, ordenará sua internação numa unidade psiquiátrica. Caso contrário, ele deverá ir a júri popular. A decisão deve ser anunciada em abril.
Por outro lado, o estudante Felipe de Oliveira Iasi, 24, apontado inicialmente pela Polícia Civil de São Paulo como suspeito de coautoria dos homicídios, foi considerado pelo Ministério Público Federal do Paraná apenas mais uma vítima no caso.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
O CRIME
Glauco e Raoni foram mortos na madrugada de 12 de março de 2010, quando Cadu invadiu o sítio onde a família vivia, em Osasco (Grande SP), e matou pai e filho com quatro tiros cada um.
Foi Iasi quem levou Cadu de carro à casa de Glauco. O estudante sempre disse que foi obrigado a isso, sob a mira de uma arma.
A polícia de São Paulo o indiciou sob suspeita de coautoria dos homicídios porque, para ela, o jovem ajudou o assassino a fugir do local.
O advogado Cássio Paoletti, defensor de Iasi, diz que a família do seu cliente deve entrar com uma ação por danos morais contra o delegado-geral Marcos Carneiro.
Na época, como diretor do Demacro (divisão responsável pela região metropolitana), ele deu entrevistas em que apontou as suspeitas contra o estudante.
A assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança Pública informou na sexta-feira que o delegado estava em reunião fora e, por isso, não poderia localizá-lo.
Cadu fora frequentador da Igreja Céu de Maria, fundada por Glauco em meados dos anos 90 e que segue os rituais do Santo Daime, incluindo a ingestão do chá de ayahuasca, planta alucinógena.
O rapaz está preso desde o dia 14 de março, quando atirou contra policiais federais na fronteira com o Paraguai ao tentar deixar o país.
COMPETÊNCIA
O processo corre no Paraná porque a Justiça daquele Estado se declarou a única competente para julgar o caso. Ela já analisava a suspeita de tentativa de homicídio contra os policiais federais.
O promotor paulista Yuri Giuseppe Castiglione, de Osasco, onde ocorreu o crime, ainda aguarda decisão do Tribunal de Justiça de SP para tentar trazer de volta o processo para o Estado.
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