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10/04/2011 - 14h10

Equipe registra casos de depressão em comunidade após massacre

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CIRILO JUNIOR
DO RIO

Assistentes sociais e psicólogos da Prefeitura do Rio já efetuaram 314 atendimentos domésticos a alunos da escola municipal Tasso da Silveira e seus familiares. Eles encontraram quadros de grande depressão, com crianças e pais que não comem, não dormem e não falam.

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Há casos de pais que não querem que os alunos voltem já para a escola, outros que querem mudar os filhos de colégio e outros até que não querem que as crianças voltem a estudar em nenhum outro lugar.

Também há casos de alunos que faltaram à aula no dia do massacre e agora se sentem culpados pela tragédia.

Esses casos receberão acompanhamento dos funcionários da prefeitura, que devem atender as famílias de todos os cerca de mil alunos. Professores e servidores da escola receberão atendimento psicológico a partir de terça-feira no próprio colégio.

Na segunda-feira, dia 18, a escola deverá ser reaberta, mas passará por uma grande ação de transformação na qual a comunidade pintará o local e construirá mosaicos. A Secretaria Municipal de Educação estuda ainda remanejar alunos de salas e até dar outra utilização às duas salas onde aconteceu o massacre.

Também já está definido o cancelamento das provas bimestrais.

Ao todo, 12 estudantes morreram no massacre e outros 12 ficaram feridos.

Danilo Verpa - 09.abr.11/Folhapress
Abraço coletivo em frente à escola municipal Tasso da Silveira, em Realengo, no Rio
Abraço coletivo em frente à escola municipal Tasso da Silveira, em Realengo, no Rio

TIROS

A tragédia ocorreu por volta das 8h30 de quinta-feira, após Wellington Menezes de Oliveira, 23, entrar na escola onde cursou o ensino fundamental e dizer que buscaria seu histórico escolar. Depois, disse que daria uma palestra e, já em uma sala de aula, começou a atirar nos alunos.

Relatos de sobreviventes afirmam que ele mirava na direção nas meninas. Uma das alunas contou aos policiais que, ao ouvir apelos para não atirar, Oliveira mirava na direção delas, tendo como alvo a cabeça.

Os policiais informaram ainda que, pelas análises preliminares, há indicações de que Oliveira treinou para executar o crime.

Durante o tiroteio, um garoto, ferido, conseguiu escapar e avisar a Polícia Militar. O policial Márcio Alexandre Alves relatou que Oliveira chegou a apontar a arma para ele quando estava na escada que dá acesso ao terceiro andar do prédio, onde alunos estavam escondidos. O policial disse ter atirado no criminoso e pedido que ele largasse a arma. Em seguida, Oliveira se matou com um tiro na cabeça.

A motivação do crime será investigada. De acordo com a polícia, o atirador usou dois revólveres e tinha muita munição. Além de colete a prova de balas, usava cinturão com armamento. Em carta (leia íntegra aqui), o criminoso fala em "perdão de Deus" e diz que quer ser enterrado ao lado de sua mãe.

A escola atende estudantes com idades entre 9 a 14 anos --da 4ª a 9ª série, segundo a Secretaria Municipal da Educação. São 999 alunos, sendo 400 no período da manhã.

Arte/Folha

ARMA

A polícia prendeu dois homens acusados de vender um revolver calibre 32 a Wellington Menezes de Oliveira, 23, atirador do massacre em uma escola do Rio. Ontem, eles foram transferidos ao presídio Ary Franco, em Água Santa, na zona norte do Rio.

A prisão do chaveiro Charleston Souza de Lucena, 38, e do segurança desempregado Izaías de Souza, 48, aconteceu na última sexta-feira (8). Em depoimento, eles confessaram terem intermediado a venda da arma para Wellington.

Lucena, que tem um quiosque nas proximidades da casa de Wellington, em Sepetiba (zona oeste), disse que o atirador lhe perguntou se conhecia alguém que pudesse lhe fornecer uma arma para se proteger, já que morava sozinho.

No ataque à escola, Wellington matou 12 estudantes e feriu outros 12. Dez permanecem internados, sendo alguns em estado grave. A polícia ainda não sabe como o atirador obteve o outro revólver, de calibre 38, também usado no crime.

 

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