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10/05/2011 - 21h08

Minc embarga obras e ameaça licenciamento de CSA no Rio

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LUIZA SOUTO
DO RIO

O secretário do Meio Ambiente do Estado do Rio, Carlos Minc, anunciou nesta terça-feira (10) que pode cancelar o processo de licenciamento da CSA (Companhia Siderúrgica do Atlântico), localizada em Santa Cruz (zona oeste do Rio).

A CSA começou a operar em junho de 2010 e custou 5,6 bilhões de euros. Segundo Minc, uma auditoria realizada na empresa apontou diversas irregularidades.

A mais grave, de acordo com o secretário, é a falta de cobertura do poço de emergência, que serviria como um exaustor para impedir que uma grande quantidade de fuligem polua o meio ambiente. Ele também criticou a ausência de uma lingoteria, para onde vai o gusa, que é uma liga de ferro e carbono. Sem ela, segundo Minc, há mais chances de se poluir o meio ambiente.

"Eles têm um mês para começar as obras para cobrir o poço de emergência, se não paralisamos todo o processo de licenciamento ambiental", afirmou Minc, explicando que a medida reduziria em 85% a emissão da fuligem chamada "chuva de prata".

"Também estou determinando que a obra para a terceira bateria da coqueria seja interrompida. Como vamos permitir aumento de produção sendo que alguns problemas estratégicos não estão resolvidos?". A coqueria prepara as matérias-primas para a produção do aço.

O diretor de sustentabilidade da CSA, Luiz Claudio Castro, disse ter recebido a notícia com surpresa.

"Nós ficamos muito satisfeitos com o resultado da auditoria, que não mostrou nenhum ponto crítico. A planta está dentro do que se espera. O documento mostrou 25 não conformidades, sendo que já resolvemos cerca de 60% delas", disse Castro à Folha.

Castro lembrou que a CSA é o primeiro grande complexo industrial do Brasil no período pós-democracia. Antes dela veio a Açominas, em 1986.

"Estamos pagando um pouco pelo pioneirismo, mas estamos aprendendo, assim como os órgãos ambientais", disse.

Castro pretende se encontrar nesta quarta-feira com Minc para discutir todos os pontos.

"O Inea [Instituto Estadual do Ambiente] sabe que as obras atrasaram porque estamos sendo rigorosos. O poço de emergência seria inicialmente ligado a um filtro antigo, mas decidimos investir mais e fazer algo novo e mais seguro", explicou.

Castro disse ainda que a lingotadeira não é um equipamento necessário.

"Não existe obrigatoriedade de tê-la se tivermos o poço de emergência devidamente solucionado. Acho que existe certo desconhecimento e a gente entende que isso seja natural".

Segundo Castro, o maior prejuízo que a CSA terá caso o processo de licenciamento seja suspenso será a perda dos funcionários.

"Quatro mil empregos seria o nosso grande prejuízo, mas isso defenderemos a todo custo".

 

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