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Antônio Figueiredo (1924-2011) - A saga de um baiano conversador
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ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO
Aos oito, Antônio José de Figueiredo ficou órfão de pai. Aos 14, ele iniciou sua saga pessoal ao deixar Macaúbas (BA) com a mãe e uma irmã, a fim de tentar a vida em SP.
Na região de Marília, no interior paulista, Antônio, que só tinha estudado até o segundo ano primário, passou a trabalhar como lavrador.
De espírito empreendedor, conseguiu arrendar um terreno para plantar. Na região, conheceu Conceição, de Santo Antônio da Alegria (SP), com quem se casou em 1944, após três meses de namoro.
Como o que conseguira ainda era pouco para ele, resolveu se aventurar em São Paulo. Carregou saco de cereais, foi frentista e instalou postes de energia na cidade.
Até que conseguiu montar um comércio e fazer o madureza (espécie de supletivo). Prestou então um concurso público e foi aprovado como escriturário do Estado. Em 1983, Antônio se aposentou como diretor de sua divisão.
Nos anos 90, registrou sua trajetória no livro "Saga Nordestina". Fez uma pequena tiragem da obra e distribuiu para amigos e familiares.
Comunicativo, como conta o filho Emerson, ele virou uma liderança na zona norte da capital. Por gostar de política, foi cabo eleitoral em sua região durante décadas. Admirava políticos como Jânio Quadros e Paulo Maluf. Chegou a ser filiado à Arena, ao PDS e, por fim, ao PFL.
Conseguiu que todos os filhos fizessem faculdade. Adorava pescar e unir a família nas festas de fim de ano.
Viúvo desde 2010, morreu anteontem, aos 86 anos, de insuficiência renal e outras complicações. Teve 11 filhos, 22 netos e oito bisnetos.
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