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04/06/2011 - 19h57

Bombeiros presos na manhã de hoje receberam comida só às 18h

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DAMARIS GIULIANA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

Os 439 bombeiros detidos no Rio na manhã de hoje só receberam alimentação por volta das 18h, segundo o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL).

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Luiza Souto-3.jun.11/Folhapress
Pátio do quartel central do Rio é ocupado na sexta-feira à noite por bombeiros
Pátio do quartel central do Rio é ocupado na sexta-feira à noite por bombeiros em campanha salarial

Ainda segundo o deputado, os dez homens tidos como líderes do movimento serão levados para uma unidade em São Cristóvão, zona norte, e os demais para um batalhão em Jurujuba, Niterói, na região metropolitana.

"Estão se recusando a prestar depoimento e isso acelera o processo. Eles devem ser transferidos durante a madrugada", relatou. Amanhã, uma comissão de deputados deve visitar as duas unidades que receberão os presos.

INVASÃO

O quartel central do Corpo de Bombeiros do Rio foi ocupado na sexta-feira (3) à noite por cerca de 2.000 manifestantes, de vários batalhões da cidade, alguns acompanhados por familiares --mulheres e crianças-- que reivindicam melhores salários. Durante quase cinco horas --das 21h às 2h-- o comandante geral da PM, coronel Mario Sergio Duarte, esteve no local negociando com os invasores. Ao longo da madrugada, alguns bombeiros deixaram o quartel.

Policiais militares do Batalhão de Choque invadiram às 6h de hoje o quartel com o uso de bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo para dispersar a manifestação. O comandante do batalhão de choque, Valdir Soares, ficou ferido durante a ação. Uma criança de dois anos foi atendida no hospital Souza Aguiar por ter inalado gás, mas já foi liberada.

A informação inicial era de que cerca de 600 bombeiros foram presos após a invasão e transferidos --em um forte esquema de segurança-- para a Corregedoria da Polícia Militar em São Gonçalo, na região metropolitana no Rio, na manhã deste sábado.

No entanto, a PM confirmou posteriormente que são 439 presos.

PENA

Os líderes da invasão ao quartel podem ser condenados a até 12 anos de reclusão, de acordo com código penal militar.

Segundo a Secretaria de Segurança, porém, ainda não é possível dizer qual a punição que será aplicada aos bombeiros detidos, pois a corregedoria precisa avaliar caso a caso. A previsão é de que os crimes sejam tipificados até segunda-feira.

Se enquadrados por motim, o artigo 149 do código penal militar prevê pena de 4 a 8 anos de reclusão, com aumento de um terço para os líderes.

"VÂNDALOS"

Em entrevista coletiva neste sábado, o governador do Rio, Sergio Cabral (PMDB), qualificou os bombeiros que invadiram o quartel de "vândalos irresponsáveis" e a invasão de ação "inaceitável do ponto de vista do Estado de Direito democrático e do respeito à instituição centenária, admirada pelo povo do Rio de Janeiro".

Cabral refutou a alegação dos manifestantes de que recebiam o pior salário do país, dizendo que, em seu governo, a corporação está tendo pela primeira vez um plano de recuperação salarial. 'Não é verdade [que é o pior salário do Brasil]. E mesmo que fosse, não se justificaria a entrada no quartel, agindo contra a instituição. É intolerável', afirmou.

De acordo com o governador, o salário médio dos bombeiros é de R$ 1.500 e chegará a R$ 2.000 no final do ano.

Há cerca de um mês os bombeiros estão em campanha salarial. Eles reivindicam um aumento de R$ 950 para R$ 2.000, além de melhorias em suas condições de trabalho.

De acordo com o secretário estadual de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, os bombeiros amotinados podem ser expulsos da corporação, conforme o resultado do processo disciplinar que será aberto contra eles.

O comandante do Corpo de Bombeiros do Rio, Pedro Machado, foi exonerado do cargo. Em seu lugar, foi nomeado o coronel Sergio Simões, até então subsecretário de Defesa Civil do município do Rio.

 

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