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Polícia faz perícia em mais nove fuzis da PM após morte de Juan
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DIANA BRITO
DO RIO
A Polícia Civil do Rio deve iniciar nesta sexta-feira a perícia em mais nove fuzis calibre 762 do 20º Batalhão de Mesquita para fazer novo exame de confronto de balística e confirmar quais policiais teriam trocado tiros com traficantes, no último dia 20, quando o menino Juan Moraes, 11, desapareceu na favela Danon, em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense.
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O ICCE (Instituto de Criminalística Carlos Éboli) informou que o objetivo é descobrir de que arma saiu um dos cinco cartuchos encontrados no local do crime. As armas já foram solicitados ao comando da unidade.
Reprodução |
Juan Moraes, 11, que desapareceu após operação policial |
O corpo da criança foi localizado às margens de um rio na Baixada Fluminense dez dias após a ação da PM na localidade. As quatro armas usadas pelos PMs no dia do sumiço do menino já foram periciadas. Foi de um delas que saíram quatro das cinco cápsulas apreendidas na favela.
Investigadores da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense disseram que trabalham com a hipótese de um dos fuzis usados no suposto confronto ter sido trocado pelos PMs para esconder provas. A Folha tentou contato com o comandante do Batalhão de Mesquita, coronel Sérgio Mendes, mas ele afirmou que não vai se manifestar sobre o assunto no momento.
Informações preliminares do laudo feito com base no primeiro exame balístico e na reconstituição do suposto tiroteio apontam que todas as cápsulas encontradas no local são de fuzis usados por dois PMs.
O laudo completo feito pelo ICCE deve ser concluído apenas nos próximos dias. Por isso, os nomes dos PMs não foram divulgados.
A informação poderá afastar a hipótese de confronto entre a polícia e traficantes quando Juan desapareceu. Segundo a investigação, porém, as cápsulas foram recolhidas pela perícia só uma semana depois do crime --o delegado que cuidava do caso na época foi afastado.
Além de Juan, outro menor morreu, e o irmão dele e um amigo ficaram feridos.
CORPO
Após ficar desaparecido por cerca de dez dias, o corpo de Juan foi encontrado no último dia 30 às margens de um rio em Nova Iguaçu. Ele foi identificado inicialmente pela perícia como o de uma menina, mas exames de DNA comprovaram que se tratava de Juan.
O IML (Instituto Médico Legal) ainda não concluiu o laudo que apontará de que forma ele foi morto. Testemunhas afirmaram à polícia que o menino levou um tiro no pescoço.
O perito legista Abrão Lincoln de Oliveira, presidente da Associação Fluminense de Medicina Legal, disse ter visto o corpo no IML, com fraturas no braço, na coxa e na perna esquerda. "Pareciam ter sido causadas por tiros", disse.
A perita que identificou o corpo como o de uma garota será alvo de sindicância. Para a polícia, ela foi "precipitada".
O comandante-geral da PM, coronel Mário Sérgio Duarte, disse que, se ficar comprovada a culpa dos policiais, eles serão expulsos da corporação.
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