PF abre inquérito e cria impasse na investigação sobre acidente em PE

A Polícia Federal abriu inquérito para investigar o acidente com o bimotor LET-410 da Noar Linhas Aéreas, que caiu em Recife (PE) no último dia 13, matando as 16 pessoas que estavam a bordo.

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O procedimento, feito a pedido do Ministério Público Federal, provocou um impasse, porque a mesma investigação já vem sendo feita pela Polícia Civil de Pernambuco. "Instalou-se um conflito de competência", disse o delegado da Polícia Civil que apura o caso, Guilherme Mesquita.

Segundo ele, apenas uma das instituições poderá concluir o trabalho. As Justiças Federal e Estadual vão se manifestar e, caso o impasse persista, a decisão caberá ao STJ (Superior Tribunal de Justiça), informou a PF.

	Diego Nigro/Efe
	Destroços do avião da Noar, que ia de Recife para Mossoró (RN) e caiu no bairro de Boa Viagem após decolar

A Polícia Federal entrou na investigação porque a aviação civil está submetida a legislação nacional e é controlada por órgão federal. Já a Polícia Civil decidiu apurar o caso por se tratar de um acidente ocorrido em Recife.

Enquanto o impasse continua, as duas polícias anunciaram que manterão seus cronogramas de investigação. Mesquita deve ouvir no final da tarde desta terça-feira (19) três testemunhas do acidente. Ainda esta semana, diretores e funcionários da companhia aérea também deverão depor.

Na PF, o delegado Renato Cintra, designado para a investigação, solicitou cópias de documentos em poder da Polícia Civil e informações à Noar. Tanto a Polícia Civil quanto a PF declararam que cumprirão o que a Justiça determinar.

"Não existe nenhum problema", disse o delegado da Polícia Civil. "Se a investigação ficar com a PF, vamos repassar tudo o que temos", declarou ele. A PF manifestou a mesma posição.

ACIDENTE

O avião bimotor da Noar, que ia de Recife (PE) para Mossoró (RN), caiu após decolar do aeroporto Gilberto Freyre na na manhã de quarta-feira (13).

Após a decolagem, o piloto informou à torre de controle que a aeronave apresentava problema e que iria retornar. Em seguida, ele comunicou que tentaria um pouso forçado na praia de Boa Viagem.

O avião caiu em um terreno à beira-mar cerca de três minutos depois de decolar. Com o impacto, a aeronave pegou fogo e explodiu. Dezesseis pessoas --dois tripulantes e 14 passageiros-- morreram.

Todas as vítimas tiveram politraumatismo como causa da morte, provocado pelo impacto na queda.

INVESTIGAÇÃO

Os gravadores da caixa-preta do avião foram danificados pelo fogo. No entanto, o presidente da comissão que investiga o acidente no Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), coronel Fernando Silva Alves de Camargo, disse que as condições de leitura dos equipamentos ainda serão verificadas.

Também serão analisados outros materiais coletados, como motores e hélices da aeronave.

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