Justiça determina que apenas PF investigue acidente aéreo em PE

A investigação do acidente com o bimotor da Noar Linhas Aéreas, que caiu em Recife (PE) no último dia 13, matando seus 16 ocupantes, será feita exclusivamente pela Polícia Federal, e não mais pela Polícia Civil de Pernambuco, como vinha acontecendo até agora.

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A decisão foi tomada nesta terça-feira pela Justiça Federal, que determinou que a apuração do caso é de competência exclusiva da União, controladora da navegação aérea no país.

A Justiça Estadual também deveria se manifestar sobre o caso, mas a Polícia Civil decidiu deixar as investigações, após reunião entre representantes dos Ministérios Públicos Federal e Estadual na tarde desta terça.

No encontro, foram feitas análises sobre a legislação que envolve os acidentes aéreos, e a conclusão foi de que cabe à PF apurar o caso. Os procuradores lembraram que um erro de competência nas investigações poderia até beneficiar os eventuais culpados.

O delegado da Polícia Civil que conduzia os trabalhos, Guilherme Mesquita, disse que repassará à PF todas as informações e documentos coletados até agora. Uma reunião nesta quarta-feira na Secretaria da Defesa Social do Estado definirá como isso será feito.

Até o início da tarde, as duas polícias trabalhavam de forma paralela, em dois inquéritos distintos. A Polícia Civil apurava o acidente sob alegação de que ele ocorreu em Recife. Já a PF entrou na investigação a pedido do Ministério Público Federal.

O delegado federal Renato Cintra, designado para a investigação, havia solicitado cópias de documentos em poder da Polícia Civil e informações à Noar. A Polícia Civil preparava-se para ouvir, esta semana, os funcionários e diretores da companhia aérea.

	Diego Nigro/Efe
	Destroços do avião da Noar, que ia de Recife para Mossoró (RN) e caiu no bairro de Boa Viagem após decolar

ACIDENTE

O avião bimotor da Noar, que ia de Recife (PE) para Mossoró (RN), caiu após decolar do aeroporto Gilberto Freyre na na manhã de quarta-feira (13).

Após a decolagem, o piloto informou à torre de controle que a aeronave apresentava problema e que iria retornar. Em seguida, ele comunicou que tentaria um pouso forçado na praia de Boa Viagem.

O avião caiu em um terreno à beira-mar cerca de três minutos depois de decolar. Com o impacto, a aeronave pegou fogo e explodiu. Dezesseis pessoas --dois tripulantes e 14 passageiros-- morreram.

Todas as vítimas tiveram politraumatismo como causa da morte, provocado pelo impacto na queda.

INVESTIGAÇÃO

Os gravadores da caixa-preta do avião foram danificados pelo fogo. No entanto, o presidente da comissão que investiga o acidente no Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), coronel Fernando Silva Alves de Camargo, disse que as condições de leitura dos equipamentos ainda serão verificadas.

Também serão analisados outros materiais coletados, como motores e hélices da aeronave.

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