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Sem-teto de Campinas fazem protesto em frente à Cohab
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MARÍLIA ROCHA
DE CAMPINAS
Cerca de 200 sem-teto retirados de uma fazenda invadida em Indaiatuba (98 km de São Paulo) na terça (26) fazem um protesto em frente à Cohab (Companhia de Habitação Popular) de Campinas nesta quinta-feira.
Eles reivindicam um encontro com representantes do governo municipal para discutir algum encaminhamento às famílias que não têm para onde ir.
Integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) oficializaram hoje o apoio às quase 2.000 pessoas retiradas da fazenda com a reintegração de posse.
De acordo com um dos integrantes do MST, Rodrigo Lima, não há "nenhum canal de diálogo aberto e não há propostas concretas para abrigar estas pessoas". Segundo ele, parte dos sem- teto está em casa de familiares, mas algumas pessoas estão dormindo em frente à área invadida.
A Cohab informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que analisa a possibilidade de realizar uma reunião com representantes das famílias.
De acordo com a companhia, algumas casas populares construídas próximas à área da fazenda foram invadidas por pessoas após a reintegração, mas para ter acesso a programas habitacionais do município eles precisam entrar em um cadastro ou comprovar residência em Campinas há pelo menos dois anos.
REINTEGRAÇÃO
Desde maio, um grupo de sem-teto da região de Campinas começou a instalar barracos na Fazenda São Martinho de Itaguaçu, que tem sede em Indaiatuba.
Em quase três meses, a invasão chegou a 2.000 pessoas. De acordo com os sem-teto, o local é improdutivo há anos.
O advogado dos proprietários da fazenda, Paulo Sanches, contestou a informação e conseguiu na Justiça um mandado de reintegração de posse no final de junho, cumprido pela Polícia Militar na terça.
A defesa das famílias havia entrado com recurso no Tribunal de Justiça contra a decisão. "Esperava que a reintegração não acontecesse antes dessa decisão, mas o que vimos foi uma demonstração de interesses, quem tem dinheiro consegue maior celeridade em qualquer coisa", afirmou o advogado José Ricardo de Mattos, que representa os sem-teto.
Na terça-feira à tarde, cerca de 200 manifestantes fecharam a Rodovia SP 324, que liga o Aeroporto de Viracopos a Vinhedo (79 km de São Paulo), afirmando que não tinham para onde ir.
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