Justiça condena 21 pessoas por envolvimento com tráfico em micaretas

A 4ª Vara Criminal de São José do Rio Preto condenou 21 pessoas por associação ao tráfico de lança-perfume, cocaína e ecstasy em micaretas e festas em São José do Rio Preto (SP). A decisão, publicada na quarta-feira (24) no "Diário da Justiça", veio oito anos após o início das investigações. Todos foram condenados a penas que variam de 3 a 4 anos de prisão.

Segundo o Ministério Público, as investigações que levaram à condenação do grupo foram realizadas em 2003 pela Polícia Civil e pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado). A quadrilha seria liderada por um homem conhecido como "Barão do Ecstasy" e pelo filho dele --ambos já condenados pelos crimes de tráfico e associação ao narcotráfico.

De acordo com a investigação, o grupo atuava em países da Europa e no Peru, de onde trazia drogas para o Brasil. Aqui, as drogas eram vendidas por jovens, alguns de alto poder aquisitivo, em festas e micaretas de São José do Rio Preto.

Parte dos condenados, diz a decisão, era encarregada do transporte das drogas, tendo feito várias viagens à Europa financiadas pelo líder do grupo. Trabalhando como "mulas", eles engoliam cápsulas com o entorpecente ou os amarravam ao corpo. A droga também era escondida em pranchas de surfe.

Durante o processo, parte dos réus afirmou que tinha pago as viagens por conta própria, enquanto outros admitiram que as viagens foram pagas pelo homem apontado como líder do grupo, mas negaram que tenham transportado drogas.

Os advogados de defesa também negaram o envolvimento dos reús nos delitos e disseram que faltavam provas concretas da associação ao tráfico.

Para a juíza Maria Leticia Pozzi Buassi, a investigação trouxe detalhes da atuação de cada réu, inclusive com gravações telefônicas, e "não convence" a versão de que as viagens eram pagas aos réus "sem qualquer vantagem".