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Exército atribui tensão no Rio a cerco feito ao caixa do tráfico
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MARCO ANTÔNIO MARTINS
DO RIO
Fontes do Exército dizem que o clima no complexo do Alemão, na zona norte do Rio, recrudesceu após os militares começarem a agir contra as finanças do tráfico.
Na quinta passada, quatro depósitos com 300 botijões de gás foram fechados. Segundo as forças de segurança, eles eram geridos pela família de Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, do Comando Vermelho.
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Dois caminhões e 10 motos que faziam o transporte foram apreendidos. No Alemão, a ordem aos moradores era que o gás deveria ser comprado apenas nos depósitos de Marcinho VP, que está no presídio federal de Porto Velho.
Poucos dias antes da operação, o preço do botijão no complexo havia aumentado de R$ 37 para R$ 42.
O lucro obtido com venda de gás e transporte alternativo são as principais fontes de renda dos traficantes neste período de ocupação, quando a presença de militares inibe a ida de viciados ao local em busca de drogas.
Paula Giolito/Folhapress | ||
Jipes do Exército entram no complexo do Alemão, no Rio; veja galeria de fotos dos conflitos |
A partir do dia 1º, aumentaram as ameaças de traficantes a moradores, que foram proibidos de falar com os militares. O fato coincide com os confrontos entre moradores e a Força de Pacificação.
As ameaças cresceram com a presença do traficante Paulo Roberto de Souza Paz, o Mica, na comunidade.
O general Adriano Pereira Junior, comandante do Comando Militar do Leste, admitiu que o traficante voltou ao Alemão. "Estamos tentando pegá-lo. Quando os olheiros percebem que a patrulha está próxima, ele é avisado."
PROVOCAÇÃO
Para o coordenador da ONG AfroReggae, José Júnior, o clima ruim na população também se deve à falta de preparo de parte dos militares.
Ele afirma que jovens recrutas desrespeitam os moradores do complexo. Muitos são de áreas dominadas por facções rivais ao Comando Vermelho, que dominava o Alemão, e fazem questão de dizer isso aos moradores.
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