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Corpo do menino Juan será enterrado nesta sexta-feira no Rio
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DE SÃO PAULO
O corpo do menino Juan Moraes Neves, 11, assassinado em junho durante troca de tiros entre PMs e traficantes na Baixada Fluminense, será enterrado na manhã desta sexta-feira no cemitério municipal de Nova Iguaçu (RJ). O cadáver foi exumado para passar por novos exames.
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Reprodução |
Juan Moraes, 11, que desapareceu após suposta operação |
Foram realizados exames de tipagem genética por DNA, cadavérico e antropológico, após a solicitação do advogado de um dos PMs acusados do crime. Com isso, foi confirmada a identificação do corpo, além de terem sido esclarecidas outras questões técnicas, segundo a Defensoria Pública do Rio.
"Os novos exames confirmaram graves contradições técnicas periciais e distorções ocorridas durante o inquérito policial, que serão questionadas judicialmente a partir da próxima semana." As "graves contradições", no entanto, ainda não foram detalhadas pela Defensoria.
INVESTIGAÇÃO
As dúvidas sobre a identificação do corpo apontado como o de Juan aconteceram após depoimento da perita Marilena Campos de Lima à Corregedoria da Polícia Civil do Rio, no dia 30 de julho. Na ocasião, ela voltou a afirmar que o corpo analisado por ela é de uma menina. Na ocasião, ela era diretora do posto regional do IML (Instituto Médico Legal) de Nova Iguaçu.
A perita relata ainda que bombeiros haviam comentado que uma sapatilha cor de rosa havia sido encontrada ao lado do corpo. Em depoimento ao qual a Folha teve acesso, Marilena observou que a mão direita da criança já estava 'bem deteriorada' considerando o estado da outra mão. A pele da criança também tinha 'tonalidade esbranquiçada". O menino Juan era negro.
"A declarante, diante de todos os indícios examinados, concluiu que se tratava de uma ossada do sexo feminino com altura em torno de 1,45 m, idade entre 12 e 14 anos, com data provável da morte de mais ou menos 40 dias", destacou a perita em depoimento.
Ela também afirmou que na ocasião recebeu uma ligação em caráter emergencial da servidora Márcia Pantoja do gabinete da sede do IML, no Rio, pedindo que o laudo cadavérico da criança não fosse liberado para a delegacia sem que antes fosse revisado por peritos da sede do instituto.
A Folha tentou contato com a perita nesta quinta-feira, mas ela não foi localizada.
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