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Ribeirão Preto
Polícia prende suspeitos da morte de três sem-terra em Uberlândia (MG)
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STELA MASSON
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE UBERLÂNDIA
Uma investigação conjunta das polícias de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul resultou na prisão do suspeito de matar três líderes do MLST (Movimento pela Libertação dos Sem Terra) em março, em uma estrada do distrito de Miraporanga, em Uberlândia (556 km de Belo Horizonte). Outros cinco suspeitos de participação também foram presos.
Milton Santos Nunes da Silva, 52, sua mulher, Clestina Leonor Sales Nunes, 48, e o motorista Valdir Dias Ferreira, 39, foram assassinados na MG-445, em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, em 24 de março deste ano.
O neto do casal, um menino de cinco anos que também estava no carro, não se feriu. Ele foi abandonado na estrada e encontrado, em estado de choque, por testemunhas.
Suspeito de ser o executor do crime, Rodrigo Cardoso Fric, 25, foi preso na casa da mãe, no município de Gravataí (RS). Ele foi transferido nesta quinta-feira (21) em um voo comercial para Uberlândia.
Samuel Barreto/Polícia Civil de Uberlândia | ||
O suspeito Rodrigo Cardoso Fric, 25, desembarca escoltado pela polícia no aeroporto de Uberlândia |
De acordo com a polícia, ele recebeu R$ 7.000 para matar os sem-terra. O valor foi dividido entre Fric e Rafael Henrique Afonso, que, segundo as investigações, dirigia o veículo usado durante o crime.
Outros quatro suspeitos também foram presos por meio da Operação Astreia (deusa grega da inocência e justiça).
São eles José Alves de Souza e Roberto Xavier Dantas, suspeitos de serem os mandantes do crime, além de William Gonçalves da Silva, que a polícia diz ser o olheiro, e Rogério Carvalho Lucas, suspeito de acobertar os criminosos. Lucas, porém, foi liberado graças a um habeas corpus.
VINGANÇA DO TRÁFICO
A polícia diz que o grupo queria se vingar de Clestina porque, em 2009, a Polícia Civil apreendeu, perto do assentamento dos sem-terra, cerca de 330 tabletes de maconha provenientes de Mato Grosso.
A apreensão da droga foi feita a partir de uma denúncia anônima.
Divulgação | ||
Milton Santos Nunes da Silva e Clestina Leonor Sales Nunes durante protesto contra chacina de Unaí, em janeiro |
Segundo o delegado chefe do 9º Departamento da Polícia Civil em Uberlândia, Samuel Barreto, como Clestina era muito rígida com os assentados, Souza achou que ela foi a responsável por delatar o tráfico.
Em 2009, Souza e um comparsa foram presos sob suspeita de envolvimento com as drogas. Meses depois, o comparsa assumiu a autoria e Souza foi colocado em liberdade.
JANTAR COM AS VÍTIMAS
A Polícia Civil diz que os suspeitos foram ao assentamento no dia anterior à chacina, se passando por sem-terra. Eles jantaram com as vítimas e dormiram no assentamento.
No dia do crime, eles saíram de carro e armaram a emboscada em uma estrada vicinal, ainda segundo a polícia. Quando as vítimas passaram, Fric desceu do veículo e atirou.
De acordo com o delegado Barreto, Valdir e Milton foram mortos para que não pudessem identificar os criminosos.
Para o delegado, o crime está esclarecido. A Folha não conseguiu ouvir os suspeitos ou seus advogados.
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