Por medo, familiares antecipam enterro de morto pela PM em Ribeirão Preto (SP)

Familiares e amigos de Dirley Aparecido Alves, 39, morto durante uma ação da Polícia Militar na manhã desta terça-feira (16), em Ribeirão Preto (313 km de São Paulo), decidiram antecipar o enterro do corpo do rapaz por medo de possíveis retaliações de policiais militares.

Segundo apurado pela Folha com parentes, o corpo de Alves foi liberado pelo IML (Instituto Médico Legal) por volta de 2h e seria velado durante a manhã e a tarde desta quarta (17).
A família, no entanto, optou por enterrar o corpo às 10h.

"Estamos todos com muito medo. O velório estava muito tenso", afirmou uma parente, que não quis ser identificada.

Alves foi morto dentro de sua casa, no bairro Jardim Marchesi. A versão policial é a de que a mulher dele abriu a porta de casa e permitiu a entrada dos policiais, que foram até o local para averiguar uma denúncia da existência de armas e drogas.

De acordo com o major Jean Charles Zanato, Alves estava fingindo que dormia e atirou em um soldado, acertando-o na mão.

A família contesta a versão e diz que o rapaz e a mulher estavam dormindo quando foram surpreendidos pelos policiais já dentro da casa.

O delegado Samuel Zanferdini, do 6º Distrito Policial, investiga o caso. Ele pediu o exame residuográfico das mãos do policial e de Alves.