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Ribeirão Preto

07/11/2012 - 06h18

'Faria tudo de novo', diz rapaz que atropelou ladrões para salvar pai

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DANIELA SANTOS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE RIBEIRÃO PRETO

A atitude do estudante de direito Jamison Willy Barbosa, 19, que atropelou dois criminosos para salvar a vida do seu pai na madrugada de segunda-feira (5), na zona norte de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo), contrasta com sua personalidade calma e olhar tímido.

Tímido, mas decidido. "Eu faria tudo de novo", diz.

O universitário, que recebeu a Folha nesta terça-feira (6) --um dia depois da tentativa de assalto-- fala pouco, é reservado e diz que gosta de estudar.

Edson Silva/Folhapress
O estudante de direito Jamison Barbosa, que atropelou com um carro dois homens que tentavam roubar seu pai
O estudante de direito Jamison Barbosa, que atropelou com um carro dois homens que tentavam roubar seu pai

Seu cotidiano é bastante parecido com o de outros rapazes da mesma idade. Frequenta a academia e, às vezes, joga futebol com os amigos. Quando sai para passear, prefere um barzinho ou mesmo uma festa com os familiares a uma balada.

Mesmo jovem, já traça planos para o futuro: quer seguir carreira na Polícia Federal.

Já o pai, Sebastião Ferreira Barbosa, 48, bem mais comunicativo, é conhecido por andar com muitas correntes no pescoço e várias pulseiras no braço --todas de ouro.

UM FILME NA CABEÇA

O pai, separado, é proprietário de duas pizzarias e vive com os dois filhos (o mais velho tem 22).

Ele e o caçula se dizem "amigos inseparáveis" e relataram à Folha as "coincidências" que levaram o universitário a evitar uma tragédia.

Naquela madrugada, após trabalharem juntos numa das pizzarias, Sebastião e o filho voltavam para casa em carros separados. Sebastião, à frente, seguia com sua Pajero Sport preta. O filho estava num Golf azul-marinho.

No caminho, Jamison resolveu passar na casa de um primo, onde haveria uma festa. Como não havia mais ninguém lá, deu a volta no quarteirão e seguiu para casa.

Sorte de Sebastião. Quando entrou na avenida onde moram, Jamison ouviu um tiro e viu dois homens em uma moto ao lado da camionete do pai. Um deles atirava contra Sebastião, que tentava se esconder atrás da Pajero.

O filho diz que foi como se um filme passasse em sua cabeça. Aumentou a velocidade de 40 km/h para cerca de 70 km/h. Atingiu os assaltantes e a dupla foi lançada a dez metros de distância.

Assim que parou o carro, correu para ver se o pai havia sido baleado. Foi quando viu um terceiro homem fugindo.

Um deles tentou pular muros das casas vizinhas, mas os ferimentos o impediram. Um dos ladrões foi encontrado pela polícia no mesmo dia e confessou o crime, segundo a polícia.

CIRCUNSTÂNCIAS

Jamison disse nesta terça, depois do fato, que não imaginava que pudesse ter essa atitude. "Mas as circunstâncias exigiram que eu atropelasse os bandidos", disse.

O estudante se diz inconformado com a possibilidade de responder por lesão corporal. "Não é justo. Agi para defender o meu pai. Isso caracteriza legítima defesa."

Sebastião Barbosa já foi alvo de bandidos. Há três anos, o comerciante sofreu uma tentativa de assalto e sobreviveu após ser baleado no peito. E era para o filho que o salvou estar junto. Não estava.

Nesta terça, em casa, o pai afirmou: "Eu faria a mesma coisa por ele".

 

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