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Ribeirão Preto

07/01/2013 - 05h58

Usinas adotam simuladores para treinar colhedores de cana

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DANIELA SANTOS
DE RIBEIRÃO PRETO

Perto do início da validade da lei que vai proibir a queimada nos canaviais, usinas estão adotando simuladores para treinar operadores de máquinas que são usadas na colheita da cana-de-açúcar.

A tecnologia, semelhante à que é usada no treinamento de pilotos de avião, já foi adotada por duas usinas da região de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo).

A partir de 2014, será proibido no Estado queimar cana, o que inviabiliza o corte manual. A regra valerá, no primeiro momento, para áreas planas, onde é possível usar as máquinas colhedoras --nos demais terrenos, a proibição será a partir de 2017.

A adoção dos simuladores tem como objetivo aprimorar e acelerar o treinamento dos operadores de máquinas, muitos deles integrantes de uma geração de trabalhadores que, antes, atuavam na colheita manual da cana.

Os simuladores criam um cenário parecido com o do canavial. Em uma cabine com som ambiente e onde é possível até projetar imagens em 3D e movimentos, o futuro operador enfrenta condições semelhantes às do campo.

Márcia Ribeiro/Folhapress
Operador José Roberto Rodrigues treina em simulador de colheita de cana na usina Santa Adélia, em Jaboticabal
Operador José Roberto Rodrigues treina em simulador de colheita de cana na usina Santa Adélia, em Jaboticabal

As usinas São Martinho, em Pradópolis, e Santa Adélia, em Jaboticabal, já usam os novos simuladores. Outras 30 devem receber aparelhos semelhantes nesta entressafra, que vai até abril, de acordo com os fabricantes Case IH e John Deere --o valor das máquinas não foi revelado.

Segundo o gerente-global de colhedoras de cana da Case IH, Guilherme de Castro Belardo, o simulador diminui riscos de acidentes e traz economia, já que há redução no consumo de combustível das máquinas que deixam de ser usadas.

O simulador também diminui a depreciação do maquinário e o tempo gasto com o treinamento, afirma ele.

Para o diretor-agrícola da Santa Adélia, Luís Marcelo Spadotto, o simulador permite ao trabalhador chegar ao campo mais confiante e com pelo menos 40% de conhecimento dos comandos.

O gerente de contas estratégicas do segmento de cana da John Deere, Carlos Newton Graminha, diz que a insegurança dos novos operadores --vários deles ex-cortadores de cana-- é trabalhada no simulador. "A cabine virtual dá a chance de o operador conhecer as condições. Ele se torna mais seguro", afirma.

MAIS ATENTO

Há dois anos, o operador José Roberto Rodrigues, 35, deixou o trabalho manual na lavoura de cana e hoje opera uma máquina colhedora.

Rodrigues diz que o simulador o ajuda a se manter mais atento ao redor, como ao veículo de transbordo que o acompanha durante a colheita e aos caminhões que passam pelo canavial.

"Quem deixa o corte manual ou qualquer função na lavoura sofre um pouco quando entra em uma cabine com vários comandos. Agora, a sensação de segurança aumentou", disse Rodrigues.

De acordo com o diretor de recursos humanos da Raízen, Luis Carlos Veguin, hoje, a formação de um operador se dá em torno de um ano, mas com o simulador a expectativa é que o tempo de treinamento prático diminua.

A usina Costa Pinto, em Piracicaba, vai ser a primeira do grupo a receber o simulador ainda neste mês. Os demais serão entregues em abril, em mais 15 unidades, incluindo as de Araraquara e Ibaté --o valor do negócio não foi revelado pelo grupo.

 

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