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Ribeirão Preto

18/01/2013 - 06h19

Família diz que jovem que fez lipoaspiração não tem morte cerebral

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JOÃO ALBERTO PEDRINI
DE RIBEIRÃO PRETO

Dada como morta após passar por uma lipoaspiração, a manicure Nayara Cristina Patracão, 24, ainda mantém atividade cerebral.

É o que afirma a sua família baseada num exame feito por médicos que foram ao hospital nesta quarta-feira (16).

Lucimara Franceschini, mãe da jovem, disse à Folha que convidou um médico de confiança da família para ter um segundo diagnóstico.

A manicure teve morte cerebral confirmada pela Casa de Saúde de São Carlos (232 km de São Paulo) uma semana após passar por uma cirurgia de lipoaspiração na Santa Casa de Descalvado (243 km de São Paulo).

"Ele [o segundo médico] explicou que o quadro de morte cerebral foi constatado quando o cérebro estava muito inchado. Realmente, não havia estímulo algum no início. Mas agora, com o desinchaço, começou a reagir, mesmo que de forma tímida", afirmou. "Quem trouxe ela de volta foi Deus", disse a mãe.

O hospital de São Carlos não comentou o assunto.

Arquivo pessoal
A manicure Nayara Patracão, que está internada após lipoaspiração feita em Descalvado (SP)
A manicure Nayara Patracão, que está internada após lipoaspiração feita em Descalvado (SP)

O profissional que analisou o caso de Nayara é o cardiologista Vander Rogério Vieira. Ele disse que convidou o neurocirurgião Adimilson dos Santos Delgado para avaliar a situação da manicure.

"Esse colega, especialista, fez alguns testes. São protocolos para decretar morte encefálica. Nessa avaliação ele constatou alguns sinais no tronco cerebral. Ela teve alguns reflexos, o que descaracteriza o quadro de morte encefálica", afirmou Vieira.

Apesar disso, ele disse que o estado de saúde de Nayara é muito grave. A Folha tentou, mas não conseguiu ouvir Delgado nesta quinta-feira (17).

A irmã da manicure, Jéssica Patracão, 21, disse que Nayara também chorou ontem ao ouvir a voz da mãe e que os médicos haviam confirmado a morte cerebral.

"Os médicos do hospital falaram que houve morte cerebral, mas acho que se precipitaram", afirmou Jéssica.

ENTENDA O CASO

No dia 7 de janeiro, Nayara passou por um procedimento de lipoaspiração e abdominoplastia --retirada de excesso de gordura na região do abdome-- na Santa Casa de Descalvado.

Após sofrer uma parada cardíaca durante a cirurgia ela foi transferida para São Carlos. Na última segunda, o hospital confirmou, via assessoria, a morte cerebral.

A visita dos médicos à Casa de Saúde de São Carlos para avaliar o quadro clínico de Nayara, constatando uma leve atividade cerebral, ocorreu na tarde de quarta.

Hélio Rubens Machado, neurocirurgião do HC (Hospital das Clínicas) de Ribeirão, diz que para decretar morte cerebral é preciso cumprir uma série de protocolos rigorosos e que, quando é diagnosticado, o quadro é de irreversibilidade.

"A equipe precisa ter absoluta segurança para decretar a morte cerebral. Isso deve ser feito por um neurologista experiente, acostumado com esse tipo de avaliação."

 

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