Estado de São Paulo registra 24 cidades com epidemia de dengue
Depois de ter registrado queda expressiva de dengue em 2012, o Estado de São Paulo já soma neste ano ao menos 24 cidades com epidemia da doença e 16 mortes.
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O levantamento foi feito pela Folha junto às prefeituras do interior e do litoral, que realizam os exames que confirmam a doença.
A situação mais grave ocorre em São José do Rio Preto (438 km de São Paulo), no norte do Estado, onde a epidemia é a sexta em 14 anos. A prefeitura já decretou estado de emergência.
Lá, foram confirmados quase 6.200 casos e cinco mortes --a última delas, registrada terça-feira passada.
A situação pode piorar, já que outros 10,2 mil pacientes com suspeita de dengue esperam resultados de exames.
Com a estrutura comprometida para atender o grande volume de pacientes nas unidades de saúde, a prefeitura tem improvisado o atendimento com quatro barracas, montadas nos bairros de maior incidência da doença.
Com ar-condicionado, as tendas destinadas apenas para casos suspeitos de dengue somam 61 leitos, contam com bebedouros e banheiros químicos e funcionam todos os dias, das 7h à meia-noite.
Pierre Duarte/Diario da Região/Folhapress | ||
Tenda para tratar dengue ao lado de pronto-socorro no Parque Industrial, em São José do Rio Preto (SP) |
Há cidades de médio e grande porte com epidemia, como Campinas (93 km de São Paulo) e Ribeirão Preto (313 km de São Paulo). Na Baixada, seis cidades estão com epidemia --incluindo Santos e Guarujá.
Em 2012, os casos autóctones de dengue (quando o paciente contrai a doença em sua própria cidade) em SP caíram 72% em relação a 2011.
REGIÃO DE RIBEIRÃO
Três cidades entraram em estado epidêmico nos últimos dias na região de Ribeirão: Matão, Nova Europa e Taquaritinga --onde uma morte pela doença foi confirmada.
Já são 11 municípios do nordeste paulista com epidemia. A pior situação está em Barretos. Ribeirão anunciou nesta semana que deixou de colher testes de confirmação da doença.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
AVANÇO DO TIPO 4
Como em várias cidades brasileiras, em Ribeirão, predomina o sorotipo 4. Lá, 75% dos casos confirmados e analisados são desse tipo, reintroduzido no Brasil em 2010.
Como a maioria das pessoas que já contraíram dengue não está imune ao tipo 4, a alta desse sorotipo pode agravar a situação no Estado.
Segundo o médico Marco Antonio Cyrillo, da Sociedade Brasileira de Infectologia, contrair dengue pela segunda vez aumenta as chances de a doença se manifestar de forma mais grave.
Para o infectologista e professor da Unesp de Botucatu Carlos Magno Fortaleza, abril --que tem menos dias de chuva-- contribui para diminuir a dinâmica reprodutora do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue.
No entanto, as estações do ano irregulares no Brasil propiciam a circulação do inseto durante os 12 meses.
A Secretaria de Estado da Saúde disse que o trabalho de combate à dengue cabe às prefeituras, mas informou que apoia os municípios com capacitação e suporte de ações.
Anualmente, o governo investe cerca de R$ 40 milhões na ajuda aos municípios.
As cidades, por sua vez, intensificaram o combate. Algumas, como Rio Preto, reforçaram a equipe de agentes --41 foram contratados.
(JULIANA COISSI, DANIELA SANTOS, ANDRÉIA FUZINELLI E LUIZA BANDEIRA)
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